segunda-feira, 14 de setembro de 2009

MUDAMOS!

Caros leitores,
Como tudo na vida passa, esse blog também passou!
Foi um instrumento muito útil quando precisei, mas agora é tempo de mudança!
Estou mudando de endereço mas levo comigo ainda o mesmo jeito Gabi de escrever...
Obrigada a todos os comentários e a todos aquelas que acompanharam o elagabi! Espero que possamos estar juntos nesse novo blog!
Espero que gostem do novo blog, aí vai o endereço:


www.naparededocasulo.blogspot.com


Vejo vocês lá!
Beijos
Fiquem com Deus!!!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Helena e Deus

Depois de tanta água finalmente podia vislumbrar um pedaço de terra. Mais que isso. Finalmente sentia seus pés em solo firme. Suspirou aliviada, estavam salvos!
Depois de tantos dias de medo, angustiada, sem saber se sobreviveria para contar sua história, ela podia suspirar aliviada.
Não como gostaria.
Agora estava numa terra de estranhos. Não entendia uma palavra sequer. Mal sabia pedir qualquer informação. Sabia apenas seu nome.
Helena.
Yankovsky Sykorsky. Que mais tarde seria apenas Sikorski.
De resto, não sabia mais nada.
Não é fácil recobrar a consciência quando se passam sete dias em um túmulo sem estar morto, escondendo-se da guerra.
E o clima de perseguição tiravam-lhe o sono. O que seria de sua pequenina Olga?
Sem saber, no seu corpo mal alimentado germinava uma vida, que mais tarde chamaria se Victor.
Mas enquanto não podia deixar a Polônia passara sete dias agonizantes no tumulo, ela sua pequenina família, o pequenino Victor em seu ventre, o morto, dono do tumulo, e um punhado de sal que lhes salvara a vida, contrariando todas as leias da fisiologia.
Quando se trata de vida, ela propria faz seus milagres.
Arrastaram-se até o navio, com muito esforço. A sua Polska ficaria para tras, com milhares de coisas que ela faria questão de não lembrar.
Pelo menos tinham as economias que conseguiram levar consigo para a viagem.
Até que seu marido, pertubado pelas dores dos dias que sucederam, num lapso de loucura atirara tudo no mar.
Agora estavam perdidos.
Sem dinheiro, sem destino.
Mas ainda sim, estavam vivos.
Helena trazia nos olhos uma amarga história. História essa que jamais contaria os pormenores para ninguém. Ninguém saberia de fato a sua real história, só mesmo aqueles que tinham capacidade de raciocinar e entender muito bem a propria história.
De resto, saberiam só um pedaço que ela diria, e todos acreditariam. Não mentiria. Apenas omitiria. E que Deus que era tão Grande e Misericordioso a perdoasse, afinal para quem salvou uma família inteira, perdoar uma omissão não seria dificil.
Deus.
Deus era a chama de Helena. Ele havia dito a ela para que sempre confiasse Nele, independente do que acontecesse, ela deveria acreditar fielmente e de coração Nele! Era a única pessoa, se é que posso dizer assim, com quem Helena abria verdadeiramente seu coração.
Era a única pessoa que entendia o que ia no âmago daqueles olhos azuis-esverdeados, daquela mulher que fizera de tudo para salvar a vida de sua família e construir, numa terra prometida, uma casa cheia de netos que amariam a Deus, teriam olhos claros e viveriam em PAZ para SEMPRE!
E lá estava ela. No porto. E a pequenina Olga a segurar-lhe a mão. Seu marido ao seu lado. O pequeno Victor no ventre. Num país chamado Brasil, onde não sabiam o que fazer, para onde ir, não sabiam o que falar, pra quem perguntar.
Tudo bem. O pior mesmo, já passara.
E não importava como fosse, Deus estaria com eles!
Helena confiava Nele!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Meu Amor,


Já faz algum tempo que nós caminhamos juntos. Na verdade faz muito mais tempo do que a gente imagina. Mas eu queria que você soubesse o tamanho da felicidade que me invade toda vez que eu vejo na areia, suas pegadas ao lado das minhas.
Você é essencial pra mim. É meu combustível, meu sorriso constante, meu bom dia feliz num dia cinzento.
Você é a luz que ilumina essa cidade e essa minha alma. Que faz cantar todos os versos mais bonitos só pra dizer eu amo você!
Eu adoro quando você me liga de repente, só pra pedir desuclpas por ter saído daquele jeito.
Ou o jeito que você me olha quando estamos só nós dois.
Eu amo quando você me abraça querendo me proteger de todo mal, ou mesmo quando voc~e me pentelha pra eu acordar porque já passam das onze e meia da manhã.
Tudo que você faz é importante pra mim. Até aquela mensagenzinha dizendo " Cheguei Noni. Te Amo Boa noite!".
Eu amo a maneira como você segura na minha mão quando todos estão perto, como quem diz " Essa é a minha namorada e eu a amo!".
Eu acho lindo esse seu jeito de me achar linda mesmo quando eu estou sem maquiagem nenhuma, com cara de sono, descabelada e de pijama.
Eu me sinto a mulher mais linda e amada do mundo!
Por tudo que você faz por mim, por fazer tudo que está ao seu alcance e mesmo o que não está, só pra me ver sorrir.
Eu não sei como eu vivi tanto tempo sem o seu amor, sem você e nem quero pensar nisso, porque agora eu tenho você, você está aqui, você e seus olhos mais lindos, os mais azuis, os mais sinceros, os mais apaixonantes, os que eu mergulhei e estou neles, ali, pra sempre!
Eu nunca vou esquecer o dia em que eu sai da escola e você estava lá, do outro lado da rua. Sorrindo, esperando por mim, só por mim! Eu nunca vou esquecer o quão feliz eu fiquei!
Aqueles dois minutos valeram uma vida!
Eu acho tão lindo a maneira com que você cuida de mim, e como você faz com que eu me sinta Sua Pequena. Tão pequena, quase uma Polegarzinha que precisa de colo, carinho, amor e atenção.
Obrigada por ser Meu Verdadeiro Amor, Meu Melhor Amigo, Meu Principe de Muitas Vidas, Minha Luz Sorrindente, Meu Mar Infinito de Felicidade!
Obrigada por estar ao meu lado nas horas mais dificeis e nas melhores horas, obrigada por me ajudar a descobrir o que há de melhor em mim!
Obrigada por ser minha luz quando tudo é escuridão.
Por ser meu caminho quando estou perdida.
Eu tenho mil palavras pra te dizer, poderia escrever livros e livros do amor que eu sinto por você, e eles teriam luzes coloridas, ventos deliciosos, estrelas, amigos, viagens, flores, chocolates, coca-cola, pipoca, comida boa, um cantinho, preguiça, uma cama de plumas, um sol só nosso, e muitos mais muitos nonis!
Eu só quero que você saiba que a cada dia que passa eu te amo mais e mais, e tenho mais a certeza de que é você quem eu amo pra sempre, e é com você que eu quero ficar!
Obrigada por me fazer tão tão tão, mas tão felizzz!
Eu te amo não é o bastante pra você!
Mas já que é a única forma: EU TE AMO PRA SEMPRE, MEU AMOR, MEU NONI, MEU GUIZI!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Plantando sorrisos


"Fortes são aqueles que fazem luz o que é escuridão."








Transformando sentimentos. Remoldando. Desconstruindo pré-conceitos. Construindo conceitos.
Convertendo o veneno em bálsamo.
O amargo em doce.
Não conseguiria viver com a boca marrenta e a cara marruda daquele jeito pra sempre. Não suportava mais me embebedar da minha própria cicuta, que eu mesma manipulei e ainda tinha a ousadia e o descaramento de dizer que havia sido entregue a mim por outras mãos.
Os nossos sentimentos são nossos. Não importa quais sejam. Pertencem a nós e a mais ninguém.
Não dianta culpar outrem por eles existirem. Eles simplesmente existem, e estão dentro de nós.
Lembro-me de um conto chinês, em que o mestre pergunta ao discipulo.
" Se um homem lhe dá um presente e você o recusa, de quem é o presente."
E o discipulo respondeu.
" Continua sendo do homem."
"Exatamente- tornou o mestre- assim é com os sentimentos. Se alguém lhe devota um sentimento de raiva, e você não aceita essa raiva, esse sentimento ruim continua sendo do seu emissor."
E seguindo o conselho de ouro que o amor maternal me havia dado, eu decidi arrancar de vez do meu peito toda aquela mistura de enxofre, podridão e amargura que eu mesma havia plantado dentro de mim.
Então fiz uma poção com flores de cerejeira, rosas, girassóis, cheiro de grama recém cortada, muitas e muitas flores, sorrisos, beijos, abraços, saudades, mãos, luzes coloridas, arco-íris, confissões, pôr-do-sol, praia, estrelas do mar, nuvens, amizade, cumplicidade, magia, fadas, doces, chocolates, morangos, perfumes exóticos, felicidade e esperança.
Bebi. E em cada gole sentia todo o lodo indo embora, sendo transformado em terra fértil.
Dentro de pouco tempo havia ali uma flor. A mais bonita que poderia ser. Uma flor que um dia será uma árvore.
Eu farei de tudo para que essa pequenina flor possa crescer, para que ela possa ser uma árvore frondosa. Que ela dê flores belíssimas e frutos dulcíssimos. Da minha parte, eu farei de tudo para que assim seja. É o que deseja o meu coração.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Tarde de Outono


Lá fora o azul do céu mostra-se pálido. As folhas da jaboticabeira caem num espetáculo dançante, como fadas a voar. Venta um vento gelado, daqueles que pedem mais uma blusa.
Um dia típico de outono, um dia propício pra ficar em casa debaixo das cobertas, tomando chocolate quente com aquele que não sai dos pensamentos.
Um dia pálido e sem muita cor.
O sol vendo esse quadro, insiste em aparecer, mesmo que as nuvens façam um pouco de força para encobrí-lo, e ele se mostra pra dar mais luz e mais vida para o cenário.
Eu vejo as nuvens se deslocarem de um lado para o outro. Em poucos segundos já não há o mesmo desenho branco que eu havia visto no céu.
A goiabeira é lar dos pequeninos sabiás e outros passarinhos que não sei o nome. Logo mais ele se poe a cantar e a voar pelo quintal, comendo sementinhas e bebendo da água do cachorro.
Hoje é mais um dia como outro dia qualquer de outono. Não há nada fora do normal, nada mudou no dia.
Só eu que passei a perceber, a reparar um pouco mais na vida, nas obras da Natureza, no espetáculo que ela me oferece todos os dias, e eu, muito distraída, nem percebo.
Hoje poderia ser um dia como outro qualquer, mas eu prefiro fazer dele um dia bonito, mesmo que o céu teime em acinzentar, que as nuvens tentem esconder o sol, que o frio me dê preguiça de sair de casa.
Hoje eu quero que meu dia seja bonito e suave.
E assim ele será.

domingo, 9 de agosto de 2009

Caraminholas e Grrrrrrrr


Um convite a indagação. Um parelelo de porques sem qualquer motivo aparente.
Um pedaço de qualquer coisa.
Uma pergunta cretina feita na infância:
" O que você quer ser quando crescer?!"
E agora essa pergunta ecoa pelos quatro cantos da minha cabeça, ecoa e grita, chora tímida, depois faz manha e fica brava.
Agora eu cresci...Eu cresci! E agora?
Não tem mais a tia do pré pra sorrir quando eu disser que quero ser bailarina, mesmo porque essa possibilidade foi excluída da minha lista a muito tempo, sem antes eu saber.
Suspiro.
Dez mil pessoas falando que sou a próxima Fátima Bernardes ou a próxima Lispector, agora, francamente, o que fazer?
Teste vocacional?
Ah, claro!
Eu me sento diante de uma psicóloga que nunca vi na vida, e converso com ela, no fim da entrevista ela me diz que de acordo com o nosso super bate papo vocacional, eu me situo melhor na área de humanas!
Brilhante não?
Agora eu vou deixar um teste de meia pataca decidir a minha profissão!
Ah, vá a merda!
Acho mais digno ir numa cartomante, talvez a mentira possa soar mais sincera!
Catzo!
Apesar de toda a irritação, eu sei que tem algo pra mim, algo que mesmo no 3D se encaixe com a minha pessoa, e sei que tem uma voz falando lá dentro. Sei que tenho que ouvi-la, mas a gente acha tão mais fácil seguir o que os outros dizem, porque na verdade o mais dificil é seguir o que se quer de verdade, é ser você mesmo.
Espero que a essência fale mais alto, mas que ela fale muito alto, porque eu tô precisando ouvir o que ela tem pra me dizer.


terça-feira, 28 de julho de 2009

Aeroporto

Os olhos dele procuravam o relógio de cinco em cinco minutos. Já estava a uma hora esperando. Nem o café, nem a revista, nem seus vagos pensamentos o entretiam. E sabendo do medo dela de voar, fez uma pequena pedido a Deus para que não tivesse acontecido nada.
Decidiu comprar um vinho no free shop, aliás uma noite na companhia dela era sempre digna de uma boa garrafa de vinho.
Na verdade fora comprar o vinho muito mais para disfarçar a agonia da espera do que qualquer coisa. E para entreter a si mesmo ficou imaginando como seria assim que ela colocasse os pés no chão.
Ele a braçaria com todo o amor que sentia, iria dizer que a amava muito e que já estava ficando agoniado com a espera. Logo em seguida, iriam comer algo em algum lugar que eles gostassem, depois iriam para o apartamento, e ela diria que não estava afim de desfazer a pequena mala que levara. Ele sorriria e a beijaria.
E de repente riu consigo mesmo, ele, logo ele, agora via-se fazendo planos.
Ele que sempre detestara forjar um futuro ou dar qualquer tonalidade para um quarto que seria pintado no seu presente momento.
Então sentiu seu celular vibrar. Era ela!
- Oi amor!
- Oi Amor, cheguei e cadê você?
-Eu tô indo te encontrar, fica aí.
- Não precisa, eu já tô te vendo.
Ele sorriu de satisfação ao observar pelo vidro, a sua amada com o celular e as malas, sorrindo de volta.
Abraçaram-se como se fizessem anos que não se viam.
- Eu já estava morrendo de saudades de você, amor!
- Eu também, minha linda. Já estava até preocupado, você não chegava logo!
- É, atrasou mesmo. Mas eu já estou aqui. E comprei uma camisa pra você!
- Você é linda! Agora, vem comigo que eu preciso pegar o vinho.
- Vinho?
- É. Eu comprei um vinho pra gente abrir.
- Por que?
- Ué, será que eu preciso de data especial pra comemorar a minha felicidade ao lado da mulher que eu amo?
- Eu te amo Noni!
- Eu também te amo, Noni!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Por Amor...


Enxugando as lágrimas que caíram, retomando o sorriso na face, eu lhe ofereço o meu amor, Meu Amado.
Luz dos meus olhos, constante alegria de meu viver. Embora não queiras minhas palavras por ora, eu a vos ofereço como acréscimo de minha esperança.
E venho a sorrir, trazendo nos cabelos, pérolas. Pérolas que busquei nos Sete Mares só para te trazer.
Trago uma coroa de flores do Céus, pedi aos anjos que adornassem tua fronte e te ungissem de mel.
Trago estrelas que ousei roubar, que Deus me perdoe, mas eu queria provar-lhe meu amor.
E se eu morresse hoje eu voltaria do Vale da Morte para dizer-te o quanto o amo. Eu transcederia a morte para dizer que amo-te.
Eu aprenderia falar a língua dos anjos para cantar para ti as Canções dos Céus.
E mesmo que minhas palavras não toquem seu coração, mesmo que ele não queira me ouvir, eu ainda proclamarei por entre campos de lírios a grandiosidade desse sentimento que invade minha alma.
E o Senhor me escutará e saberá que nesse coração de tantos erros há um amor puro e verdadeiro, que viverá para a Eternidade, cultivando sua beleza, cuidando para que a chama não se apague...

Noite fria

Quando a serenidade irrita, quando a fragilidade incomoda. Quando dizer que se ama parece não ser o bastante.
Quando quero fazer as coisas corretamente, sem me exaltar, sem me exceder, apenas seguindo os Teus principios, fico a falar sozinha.
Que eu tenha força pra encarar todas as minhas dificuldades.
Que eu tenha fé para não desvanescer em lágrimas.
Que eu tenha serenidade em todas as situações.
Que eu tenha amor para sempre.
E que eu tenha a Ti ao meu lado!
Agora eu lhe peço, seca minhas lágrimas, envolve meu coração com Teu amor.
Afasta meus medos, pois me coloquei em Tuas mãos ainda hoje e pedi:
" Fazei de mim um instrumento de Vosso Amor!"
Por favor não me abadone, Amado!
Esteja ao meu lado, zela pelo meu sono, faz-me sonhar com coisas lindas, pois essa noite se faz fria, e me encontro sozinha. Por ora, só Tu poderás me ouvir.
Não me abandoneis...
Que assim seja.

..."Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte não temeria mal algum, porque tu estás comigo..."

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Caminhos do Amor

E tendo aquele valoroso homem sucumbido a doença dos imundos, buscou pelos chamados Homens do Caminho.
Caminhou por dias, bebendo água da chuva, comendo pedaços de um pão que levava consigo, que ao fim dos dias já estava tão duro quanto uma pedra.
Chorou a saudade dos filhos, da companheira bem amada que fora forçado a abandonar. Chorou os homens do Senado, que ao saberem do mal que o acometeu, repeliram-no como um cachorro sarnento, justo aqueles que lhe devotavam glórias e louvores.
Tendo sido reduzido a um pobre andarilho, depois de três dias de dura caminhada chegou ao destino.
Um sopro o levou a porta de uma casa, onde uma bela mulher abriu e sorriu.
- O que deseja meu bom senhor?
- Por favor, eu procuro os Homens do Caminho.
A moça sorriu.
- Entrai, meu bom homem. Essa é a casa que estiveste procurando.
O homem entrou cabisbaixo, em farrapos.
Ao aproximar-se de uma uma reunião, um deles apontou-lhe o dedo, em sinal de cólera.
- Veja, é Cornélius, o perseguidor! O que fazes aqui, tu, que muitas vezes atirou pobres homens inocentes aos leões? Buscas a ajuda do Cristo, mas vai-te embora e prova da amargura que tu mesmo plantaste.
Lagrimas grossas escorriam pela face de Cornélius, sentia todo o remorso e a humilhação no âmago. Virando-se para ir de encontro ao lamaçal e a sorte amargurada, a voz da moça se fez ecoar pelo salão.
- O que fazeis Júlio? O que aprendeste com o Mestre? O que Jesus nos ensinou? Será possível que não aprendeste nada, que o ranço e a cólera ainda tomam conta de seu coração? Cornélius pode ter sido um perseguidor, mas observai a história de Paulo e aprenda com ela! Paulo também fora um perseguidor, e tornou-se o Grande Convertido, tendo sofrido as mais amargas misérias terrenas em nome do Cristo! Se Cornélius está aqui é porque se arrepende, porque Jesus na Sua Infinita Bondade e Misericórdia fez com que ele viesse até nós. Como ele poderá ter encontrado a casa, sozinho? Foi o Sopro do Nazareno que o trouxe até nós! E veja como tu, que dizes ser um seguidor convicto de Jesus, fazes com o pobre homem que se humilha a nossa porta, pedindo por alento e suplicando a misericórdia divina! És um doente do espírito! Perdoai, pois, Cornélius! Ele também é um filho de Deus e irmão do Nosso Amado Jesus!
Lágrimas rolavam pela face de todos que pensaram em reprimir a vinda de Cornélius a casa dos Homens do Caminho.
Julio prostou-se de joelho e chorou copiosamente pedindo o perdão do Nazareno.
Logo, aproximou-se de Cornélius e sorriu.
- “Vinde a mim todos vós que sofreis, e eu vos aliviarei.” Eu mesmo cuidarei de ti, meu irmão! Seja bem vindo a casa do Senhor! Que a paz de Jesus se faça presente em vosso coração!

Boas árvores


Que o Grande Tupã ilumine os caminhos por onde pisarem seus pés. A natureza saúda com alegria e Sol todos aqueles que trazem a bondade e caridade em seus corações.
Não temas a escuridão, pois para aqueles que confiam no Grande Pai, as estrelas e a Lua, Jaci, brilhará forte, vencendo as trevas.
Que os homens aprendam com o segredo da natureza, a paciência.
Como ter uma boa e grande árvore se não cuidarmos dela ainda semente? Como ter uma boa e grande árvore se não regarmos com amor e justiça a planta pequena? Para ter uma boa e grande árvore deve-se esperar para que ela germine e cresça, e que a planta pequena torne-se uma pequena árvore, que, se cuidada com amor, sabedoria, caridade e bondade deverá ser o repouso nos dias de cansaço, o alimento nos dias de fome, a casa nos dias de falta de abrigo.
Aceitai como a boa árvore a chuva que molha. Mas aceitai também a chuva que arranca-lhe as folhas e faz balançar os vossos galhos mais fortes. Aprenda com a alegria e com a dor.
Sejam boas sementes, criem boas sementes. Boas sementes dão boas plantas, boas plantas dão boas árvores.
Sejam como boas árvores e nenhum lenhador ousará levantar o machado da injustiça para vos ferir.
O espírito da natureza levanta suas mãos para o Grande Tupã, agradecendo o dom da vida!
Que as palavras do Xamã ecoem por entres matas e cidades e faça-se ouvir por todos aqueles que quiserem escutar.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Da mais bela flor...

Da mais bela flor, do mais doce mel ela surgiu, inebriando meus olhos com a claridade de sua aura, tão clara como a chama de uma vela que teima em não se apagar, tão casta como uma perola recém saída da concha.
Poderia eu, tendo sido corrompido pelo mundo e suas facilidades me aproximar daquela doce criatura? Mesmo sendo jovem como ela, eu já conhecia os prazeres e os vícios da vida, mas poderia eu, ousar corromper pela minha própria vontade aquela candura, aquele anjo diante de meus olhos?
Sabia que ela não era qualquer garota romana e que pertencíamos a mesma família, mas o meu desejo mais profundo era tê-la ao meu lado, frágil e amorosa.
Que as mulheres que deixei no caminho me perdoassem, que os vinhos da taberna me entendessem, mas agora eu não precisava de mais nada.
Tudo que um dia eu sonhei, tudo que um dia eu pedi a Polux e Castor, estava diante de meus olhos, personificado numa menina, uma moça que trazia leveza de uma Fênix em seus passos, e a firmeza de uma Diana em seu olhar. Tão casta como a Lua e tão sedutora como a própria Vênus.
Meus olhos não me enganam. Ela é real.
Agora se aproxima de mim. E seus longos cabelos louros, caídos pelos ombros como cachoeiras douradas, decorado com perolas e flores, seus olhos verdes e doces olham-me de uma maneira impagável, com adoração e respeito, amor e ternura. O colo tão branquinho como uma pluma, e tão atraente como um cálice de vinho fresco. Ah, eu nunca vi nada tão harmonioso em minha vida. Eu já estive com as mais belas mulheres do Império, já me deitei nas camas mais luxuosas e mais perigosas que poderia, mas tudo sempre me pareceu tão vago e sem sentido.
Agora, eu a vejo sorrir pra mim.
Ah, eu a quero! Eu a quero muito! E posso ver nos olhos dela ela também me quer!

domingo, 28 de junho de 2009

Plataforma 3

Já faz parte da minha vida, a melhor parte que poderia existir.
Calculamos o tempo e saímos uma meia hora antes, as vezes vinte minutos. Sempre tentamos adiar o “até logo”, apesar de sabermos que inevitavelmente ele chega.
Mas antes que ele se consume, os nos fechamos no Nosso Universo Paralelo, cheio de luzes cor-de-rosas e verdes, cheio de músicas que marcam caminhos e semáforos. Nos lacramos no nosso mundo, o mais belo e mais cheio de amor que possa existir e seguimos até o destino de quase todos os domingos, se não fosse a mudança de rota a cada quinze dias.
E lá vamos nós, ouvindo o nosso amigo John e suas músicas que nos fazem lembrar um ao outro.
Passamos sempre pelos mesmos lugares e embora tenham as mesmas cores, sempre vemos de maneira diferente. É a mudança constante em nós.
Muda o tempo, muda o dia, muda a maneira e a percepção. Mas existe algo maior e imutável entre nós: o amor.
Ele que abrange todos os universos existentes em nossos portais internos. Ele que nos “desracionaliza” e nós faz ver a maneira real e bela que somos e como entendemos o amor no outro.
Eu vejo o amor nos teus olhos, eu vejo em torno da sua aura.
Eu vejo que o amor tomou conta de mim, e agora eu pertenço a ele.
E ele é tão imenso que transborda pelos meus olhos.
E nós já estamos nos aproximando da Barra Funda. Tentamos lembrar coisas e pessoas que passaram pelo nosso dia, pra disfarçar o caminho que estamos vendo. É só pra fazer de conta que o quase presente momento não se faz presente.
E que teremos que lidar alguns dias com a Dona Saudade.
Já estamos acostumados, fato. Porque sabemos que pra se estar perto não se precisa estar ao lado, mas sim do lado de dentro. Precisa estar junto.
E veja, nós chegamos.
E de mãos dadas nos seguimos até lá, compramos a passagem, descemos aquela escada e caminhamos com as mãos intensamente dadas. Tentamos reduzir os passos, atrasar o tempo, mas uma hora ele chega.
E aqui estamos nós, na Plataforma 3. Onde eu dizemos que nos amamos, nos abraçamos, dizemos o “até logo”, e onde eu embarco pra voltar daqui a quinze dias, porque na próxima semana você vai me ver em casa.
Ah, eu já estou morrendo de saudade de você!
Eu Te Amo Muito!

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Ternura

A mão que acaricia os cabelos louros. Desce pela face amada, toca lentamente a boca. Sente e respiração. Acaricia a face novamente. É terno.
Respira fundo e logo vem um suspiro. Procura as mãos dele. Olha para elas, mede-as com as suas. Proteção.
Ele levanta o olhar. Estava deitado no colo dela. Os olhos fitam-na em seu momento "amor". Na verdade ela é sempre amor.
Sente o amor nela, dela. Olha e sorri. Fecha os olhos e toma a mão dela. Beija com carinho. Respeito.
É um colo, um momento, um olhar, um suspiro.
Encontra-se nele. E ele, nela.
E eu cá, assisto tudo e penso que a vida passa a ter um sentido mais belo quando vive-se o amor. Olho para cenas como essa, vejo que após as tempestades existe um lindo arco-íris. E que depois da noite o sol sempre chega.
Eu cá, fico procurando palavras, me recordando daquela cena linda. Os amantes ali, submersos em carinho, ternura, amor e vida, e acabo percebendo sempre a mesma coisa: nós poetas seremos eternos frustrados. Mas frustamos conscientes de que nada podemos fazer, pois não há lingua no mundo que tenha palavras que possam expressar em sua maneira mais pura o que é o amor.
Então nos prostramos de joelhos perante ele, buscando e inventando palavras e expressões que possam, talvez, traduzir ou demonstrar a sua magnitudade e divindade.
E o mais próximos que chegamos disso, bom, eu diria que são três palavras. Pequenas, mas porem, conseguem demonstrar um pouco do que ele realmente é: EU TE AMO!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Serena


Suas mãos pequeninas de dedos longos, unhas compridas e claras. Respiração amena e olhar distante.
Serena, casta, infinita.
Olhos que buscam ao longe um saber. De repente para e respira. Está tudo no seu devido lugar.
À quanto tempo exatamente você esteve procurando por essa serenidade?
Uma serenidade mesclada, pois ao ouvir a voz dele, mil borboletas tomam seu estômago e um coro de anjos de faz presente.
É alegria, amor, paz, saudade, vida, encanto, real e sonho.
Não é necessário compreender a teia que os trouxe até aqui. Às vezes dá vontade de saber da onde veio tudo isso, mas não importa. Eles sabem o suficiente para sentir de coração, o que passou é passado. Está num tempo distante, guardado num báu onde reluz uma pirâmide, em algum lugar do espaço e ali ficará, porque não lhes diz respeito.
O que importa agora é viver o presente, o momento e o hoje. É construir o agora, o já, a vida!
É regar a plantinha, para que ela seja uma árvore frondosa e dê lindos frutos. Mas por ventura, não será já uma árvore frondosa?
E que belos frutos ela dará? Não importa por ora.
É preciso cuidar dele com todo amor e ternura, com toda sabedoria e respeito.
É do presente, de cada passo dado que se faz um futuro promissor.
Ela sorri. Sorri um sorriso doce, com sabor de fruta. Fruta que não é daqui, mas uma fruta tão doce... Ela sente o sabor do sorriso, é o melhor que poderia ter dado, com a mais absoluta verdade. Verdade dela. Sua verdade.
Agora compreende as searas de amargura, compreende a espera.
Uma vez perguntou a sua mãe,
" Se já existe alguém certo pra trilhar o caminho conosco, porque temos que receber pessoas erradas, que sentido isso faz?"
E sua sábia mãe, que da vida aprendeu vivendo lhe disse,
" Essas pessoas vem, erram conosco, são o que são, e vemos nelas aquilo que não queremos pra nós. Aprendemos muito com elas, principalmente pelo fato de quando aquele que vai trilhar o caminho com você chegar, e então você sentirá do fundo do seu coração ' É ele!', vai compreender e ver que tudo faz sentido. Até os piores momentos, que você julgava piores. Há muitas pessoas boas no mundo, filha. E de certo, existe alguém bom pra você!"
Agora sente, vê e compreende. Conselho de mãe é infálível!
Agora ela está serena, límpida, cristalina. É a dona da verdade e não digo da verdade do mundo, mas é a dona da sua verdade, que é a maior, a mais intensa e para ela, sua absoluta verdade.
Olha na água, vê sua imagem refletida, e pensa... EU.
Agora tudo faz sentido e se completa. Está tudo no lugar, o coração, a alma, a verdade e a vontade. A vida e o amor.
Tudo onde deveria estar, está tudo no seu devido lugar!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Encontro

Já passava do meio dia quando os olhos dele vinham de encontro aos dela. Distante podia-se ver seus olhinhos apertados em virtude da luz do sol. Com uma mão na frente e sorriso nos lábios, ele caminhava por entre as alamedas de flores, só para encontrá-la.
O coração dela palpitava isso podia ouvir-se ao longe. Com os longos cabelos louros, escorrendo pelos ombros, como duas cachoeiras douradas, ela esperava ansiosamente por ele.
Suas mãos estavam tremulas, ele sempre despertava essa sensação nela.
O verde das campinas não era tão verde quanto os olhos dela, nada igualava-se a beleza e a ternura que fluíam do amor dela.
Então, como num sopro de vento ele estava ali, e ela correu e o abraçou como se não o visse há muito tempo! Na verdade, a vida até agora fora assim. Mas Graças a Deus, o que era deles, às suas mãos havia voltado, não foi preciso correr muito, a vida encarregou-se de trazer.
Ele beijou-a com amor, tomou-a nos braços e ela sentiu-se protegida. Como uma criança que procura por amor e encontra. Ela olhou bem no fundo dos olhos dele, deslizou as mãos pela face mais linda e que ela tanto amava, e num suspiro disse.
“ Que bom que você está aqui!”
Ele sorriu e abraçou-a.
A vida estava sendo boa demais com eles. Encontraram-se no momento certo. Momento que se alguns vissem mesmo o que se passava ali diriam “ Foram predestinados!”, e de certa forma, não estaria longe de sua razão.
Não poderíamos atribuir semelhante encontro ao acaso, afinal, não existe acaso quando se ama.
Incrivelmente, quando ela havia desistido de procurar um amor de verdade, ele surge com toda sua luz e seu amor. E quando ele precisava de alento, carinho, compreensão e amor vivo, ela surge como uma fada e assim dá-se o encontro.
Mágica? Destino? Não importa.
Importava mesmo é que estavam ali, juntos e assim permaneceriam. Importava mesmo é que se amavam, e para o amor, era o que bastava.

sábado, 16 de maio de 2009

Confie na Vida!


Minhas mãos estão frias, mas nada seria capaz de me impedir de vir até aqui e escrever.
Escrever é mais que um hábito, ou uma necessidade, é um prazer. Eu escrevo porque isso me faz feliz. E melhor ainda é escrever quando se está feliz. E quer saber? Eu estou muito feliz!
Passar o dia imersa no azul dos seus olhos e no calor dos seus braços era tudo o que eu queria pra mim.
Ter você aqui,
no meu mundo, ao lado das pessoas que eu convivo, interagindo com elas, sorrindo e conversando, me fez ter a sensação de que realmente, eu sou muito feliz!
Isso significa muito pra mim
! Você aqui foi simplesmente tudo! Mas não é só isso que me faz feliz.
Hoje eu senti meus dois pés na frente. Hoje, ao olhar para aquele portal eu me decidi de uma vez por todas: deixei meus medos de fora, porque o que está de fora, é de fora e não meu; olhei para as luzes, para as cores, e o amor carinhosamente me chamou " CONFIE!", e eu fui! Me joguei , me entreguei de braços e coração aberto nessa.
Cá estou eu... Com a melhor sensação que poderia sentir!!!
Você
esteve ao meu lado o tempo todo, e agora eu entendo mesmo o sentido daquela frase : " If you love somebody, set them free...", ou seja, " Se Você Ama Alguém, Confie na Vida".
A vida tem sido maravilhosa comigo
, me mostrando caminhos pelos quais eu jamais imaginei passar. Imaginar eu até imaginava, mas nunca pensei que eles pudessem se concretizar. E cá estou eu, mais uma vez, vivendo tudo aquilo que eu achava que era só sonho.
Viver é melhor que sonhar
. Porque quando a gente vive a gente pode concretizar nossos sonhos.
Agora, como eu posso retribuir tudo o que a vida tem feito por mim?
Simples. Confiando nela e recebendo de braços, alma e coração aberto tudo de melhor que ela tem pra me oferecer.
" Você quer, menina? Então segura!"
É assim.
Pela primeira vez eu sinto que eu estou fazendo algo por mim, acreditando no que a vida tem mostrado pra mim, seguindo o que eu acho que é certo. Confiando nela.
Cá estou eu... Feliz, muito!
E há uma linda frase ecoando na minha cabeça. Sim, aquela mesma.
SE VOCÊ AMA ALGUÉM, CONFIE NA VIDA!
Obrigada vida, por ter me trazido um anjo, o mais lindo, o mais cheio de amor. Obrigada mesmo.
Escutar a minha vontade foi fascinante, e é assim que eu pretendo seguir pra sempre! Escutando meu coração, minha vontade e confiando na vida.
Mas é claro, não poderia dar todo o mérito a mim, a você, ou a vida, porque eu sei que existe uma Força Maior conspirando para que tudo isso dê certo e seja da melhor maneira possível!
Obrigada, Meu Deus!... Obrigada...

terça-feira, 12 de maio de 2009

Seus olhos...

"Olha aqui."
" O que foi?"
" Deixa eu ver uma coisa..."
Eu olhava para o céu, e para os olhos dele, alternadamente. Olhos, céu, céu, olhos. Confirmei o que eu já sabia.
" O azul do céu é pálido..."
" O azul do céu é pálido? Você ta usando drogas?" ele riu.
" Mas é verdade, o azul do céu é pálido!"
Me fez ficar quieta com um beijo. O melhor.
O azul do céu é pálido. Fato! Ao contrário do azul dos seus olhos, que é vivo! É tão vivo que me dá vontade de viver!
Viver muito, muito, muito tempo!
O azul dos seus olhos me dá vontade de voar, mas não pelo céu, mas voar por eles, pelos seus olhos! Os mais lindos que já vi, e que verei, tenho certeza!
Eu poderia passar o dia todo ali, só olhando para seus olhos, para você.
Você me traz paz, como uma luz, ou um mantra...
É uma calma, uma serenidade. Está tudo bem quando estamos juntos. A fumaça da cidade, o trânsito, o mundo, nada importa. É como se eu me desligasse de tudo aquilo que me prenda a crosta, e pudesse sentir aquilo que por tanto tempo eu procurei: paz!
Paz e amor... Bem zen... Mas é assim que me sinto!
E hoje, numa agitação do cotidiano, fui ver que horas eram, e no meu celular, ali, bem ali, seus olhos...
Ah, era o que bastava!
Eles me acalmaram, e me trouxeram a paz. De repente tudo parecia secundário, parecia pequeno, tempestade em copo d'água. Era como se você estivesse aqui, na minha cara, me olhando. E nós sabemos, você estava mesmo.
Me olhou com os seus olhos. Ah... os seus olhos, eu não me canso de falar deles.
Podem me tirar tudo, mas que não me tirem os seus olhos...
Agora, tudo está bem. E toda a agitação, passou...
Como uma brisa. Por isso eu levo seus olhos comigo, na parede da memória, dentro do meu coração. E agora, no celular...rs

domingo, 10 de maio de 2009

Chegada

Ela fizera uma ótima viagem. Passara muito rápido. Acompanhada de uma senhora extramamente simpática e agradável. Pensou que quando estamos no caminho certo, a vida só coloca gente boa no nosso caminho, nem que seja pra bater papo no ônibus.
Quando se deu conta, já estava ali. Desceu e ligou pra ele.
" Fica onde você tá, que eu to indo!"
Ela ficou alguns instantes em pé. Olhando aquele lugar que certamente viraria rotina na sua vida. Uma rotina linda, ela pensou.
Sorria ao lembrar do sorriso dele, e um motorista que estava ali, sorriu também. O amor é contagiante.
Logo ela sentou para esperá-lo.
Ficou submersa em seus pensamentos, esperando. Uma espera que não dói nem machuca, uma espera que acaricia. É bom esperar quando a gente sabe que vai chegar.
Em meio aos seus pensamentos de como ele era lindo, e de como ela gostava dele, sentiu como se um imã atraísse seu olhar até a escada.
Era ele!
O coração acelerou, os olhos brilharam. Os olhos dele chamavam os olhos dela.
Como era bom vê-lo assim, chegando perto, descendo as escadas, indo ao seu encontro!
Ela se levantou, e foi na direção dele!
Então... um abraço e um beijo!
"Lindo! Bravo, bravo!" Os anjos aplaudiam, e eles ouviam!
Não precisava dizer mais nada. Estavam juntos e assim permaneceriam. Não importava o resto do mundo, importava que estavam juntos e é assim que iriam ficar! Eles iriam aproveitar cada precioso segundo juntos.
Ela a carregou, como quem carrega uma boneca! Ela sentiu-se como se fosse a pequena dele.
Não havia nada mais lindo naquele momento em nenhum lugar do mundo! Juro que se eu estivesse ali, eu teria tirado uma foto! Aliás, uma não, várias! (risos)
Bom, agora eles subiriam as escadas, coisa que ela tinha medo. Mas com ele, não existia nem medo, nem tempo, nem espaço.
Era só amor.
E no fim é isso que mais importa: o amor!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Você é!


Eu sou o brilho dos teus olhos ao me olhar
Sou o teu sorriso ao ganhar um beijo meu
Eu sou teu corpo inteiro a se arrepiar
Quando em meus braços você se acolheu
Eu sou o teu segredo mais oculto
Teu desejo mais profundo, o teu querer
Tua fome de prazer sem disfarçar
Sou a fonte de alegria, sou o teu sonhar


Eu sou a tua sombra, eu sou teu guia
Sou o teu luar em plena luz do dia
Sou tua pele, proteção, sou o teu calor
Eu sou teu cheiro a perfumar o nosso amor
Eu sou tua saudade reprimida
Sou o teu sangrar ao ver minha partida
Sou o teu peito a apelar, gritar de dor
Ao se ver ainda mais distante do meu amor


(Refrão)
Sou teu ego, tua alma
Sou teu céu, o teu inferno a tua calma
Eu sou teu tudo, sou teu nada
Minha pequena*, és minha amada
Eu sou o teu mundo, sou teu poder
Sou tua vida, sou meu eu em você


Sim você é, meu guia, minha calma, minha proteção, meu luar em plena luz do dia, minha saudade reprimida, o brilho nos meus olhos, minha alegria e meu sonhar...E meu corpo todo se arrepia quando me acolho nos teus braços, e eu sorrio quando ganho um beijo seu..

Essa música é uma mera representação do que você é, e você sabe que sim...

Obrigada!



terça-feira, 5 de maio de 2009

Até os Anjos caem...


Eu pude ver daqui da Terra quando suas asas começaram a fraquejar. E não demorou muito, ele caiu.
Fui correndo em seu auxílio. Ele estava ali, caído.
Me aproximei, ele virou-se e olhou com um olhar de quem pede colo.
Era a figura mais linda que eu já tinha visto em toda minha vida. Seus olhos tão azuis como o céu, seus cabelos tão louros quanto os raios de sol daquele dia.
Abaixei-me ao seu lado, ele tinha a face machucada.
Um corte do lado direito do rosto, havia machucado as pernas também, ralado as mãos e arranhado o peito.
Seus olhos tinham lágrimas.
Aquela figura perfeita, pela primeira vez, mostrava suas fraquezas humanas diante de meus olhos.
As lágrimas desciam pelo seu belo rosto. O sangue foi aparecendo. Rasguei um pedaço do meu vestido e estanquei-o.
Um anjo sangrando?
Olhei para suas asas, estavam intactas. Menos mal.
Suas lárgimas continuavam descendo. Eu respeitava o silêncio dele.
Comecei a pensar que a minha vida toda eu imaginava que os anjos era perfeitos, que não tinham defeitos, nem fraquezas. Que não se machucavam, que não sangravam, que não sentiam dor. Eu sempre um anjo como o símbolo máximo da perfeição. Mas agora, tendo esse diante dos meus olhos, machucado e frágil, eu vejo que talvez, jamais pudesse imaginar.
Ele, antes de ser anjo, é um homem. Veja suas formas, veja seu corpo. Ele pode até voar, mas ainda sim, é um homem com asas, e homens se machucam, choram, tem defeitos, vícios e virtudes.
Pela primeira vez na minha vida entendia as coisas como elas realmente eram.
Ele, percebendo meus pensamentos sorriu.
" Você achava que os anjos não caem?"
Eu apenas, sorri. Ele entendeu.
Ajudei-o a levantar. Com um pouco de dificuldade, estavamos de pé.
" Venha, vou levá-lo pra minha casa e cuidar de você."
Ele sorriu. Um sorriso tão lindo quanto seus olhos. Pegou nas minhas mãos e ficou ali, parado diante de mim.
Eu sentia sua energia, sua vibração e sua luz.
Ele ainda estava machucado, mas o sangue, os cortes, a queda, nada disso fazia dele menos anjo! Ele ainda era um anjo. O mais lindo, o mais doce que poderia existir entre todos os anjos do céu.
Segurei as mãos dele com força, e olhei-o com carinho.
Sua asas emanavam uma luz lilás maravilhosa e divina.
Ele ainda precisava de curativos, ainda precisava de cuidados, mas agora eu entendia tudo, o porque da queda e o porque de eu estar ali bem no momento em que suas asas fraquejaram.
" Tudo o que você precisa é de amor!"

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Um jardim de verdade!


Você me faz colocar os pés no chão com sutileza, e eu devo lhe agradecer todos os dias por isso.
Com você eu estou descobrindo que viver de realidade é muito melhor do que viver de sonho.
Você é o anjo que me tira das nuvens, e que me traz pra realidade e me diz.
" Olha, aqui também é muito mais bonito, e além disso, aqui as coisas são concretas, você pode vivê-las de verdade, não precisa ficar apenas fantasiando. Viva!"
Eis que eu olho pra cima e vejo escrito nas estrelas " Aproveite o dia".
É isso que temos feito. Vivendo cada segundo como se fosse o último, mas sempre com responsabilidade, zelo e carinho.
Quando que eu iria imaginar que no meio de um ano como esse, que parecia ser só o cansaço e o caos, iria aparecer você, com seu bálsamo, seu amor, sua energia e sua luz...
O céu permanece iluminado mesmo a noite, os dias são ais claros.
Há centenas de flores nesse jardim, eu não quero sair daqui. Aqui é onde eu sempre quis estar. Aqui é o jardim de mil cores onde eu fecho meus olhos e esqueço do mundo. Não há tempo, nem espaço.
Eis que surge seus olhos no horizonte, seu sorriso e suas mãos:
" Nós podemos construir o nosso próprio jardim, basta a gente querer e saber cuidar dele. Haverão pragas e insetos, mas se nós soubermos lidar com eles, teremos um lindo jardim!"
Então, que assim seja, vamos construir o nosso jardim! Um jardim de verdade! Mas que as fadas e os anjos possam habitar nele para sempre!







domingo, 3 de maio de 2009

Eu tenho tanto pra te falar...


Meus braços dormentes, um frio na barriga constante, calor no peito delicioso. Assim que eu acordei hoje e que me senti quando pensei em você.
A primeira imagem que me vem a cabeça quando desperto, são seus olhos, os mais lindos que existem no Universo, depois seu sorriso. Então sua voz me acorda, mesmo que você não esteja aqui, e carinhosamente me sinto envolvida por suas palavras. E um bolha de energia, um beijo, pra ser mais precisa, toca minhas mãos, minhas bochechas e finalmente meus lábios.
Não bastava ser somente lindo, educado e gentil. Além do exterior, há o interior, o jeito, e o respeito acima de tudo.
Existe a força e a sensibilidade.
Eu lhe disse " eu acertei no bicho quando te encontrei!", na verdade, não foi nem no bicho, nem na loto. Porque tudo isso depende de sorte. E não é de sorte que estamos falando. Estamos falando de amor, de sentimentos sublimes, de algo real, mas que esteve tanto tempo em nossos sonhos.
Eu ando com um brilho nos olhos que eu julgava que nunca mais teria. Eu estava tão descrente da vida, mas você chegou com a sua luz e seu jeito, me pegando no colo e me fazendo voar pelo céu mais azul que há!
As pessoas sorriem quando olham pra mim, é reciproco. Eu sinto a felicidade irradiar pelo meu sorriso, e é como o brilho dos meus olhos iluminasse todas as sombras que haviam.
Não há mais espaço para medo. Só há você.
E você é um anjo, uma dádiva na minha vida.
As pessoas me dizem " Você está apaixonada!", e eu respondo " Sim, eu estou e não nego!" porque eu não tenho motivos pra esconder nada, só pra mostrar.
Aas hora passam tão rápido quando a gente se fala, é como se o tempo não existisse, só o amor.
E na verdade, eu sei, você me mostrou que o tempo não existe.
Quando eu estou com você, quando eu sinto você, não há medo, não há dúvida, não há espaço nem tempo. Só o amor existe. O amor e você.
Eu poderia passar o resto da noite aqui, falando de você e de tudo que você é pra mim.
E pode ter certeza que nunca alguém te quis tanto! E eu te quero, eu te amo meu anjo, minha dádiva.


sexta-feira, 1 de maio de 2009

Minha Dádiva

E no sobe e desce da Moreira Cesar, volta aqui, entra lá, quando eu olhava pro lado eu sentia que nada mais faltava.
É como se durante muito tempo estivessemos procurando a mesma coisa, e de repente, num esbarrão da vida, aqui estamos nós.
Eu não me lembro quando foi a última vez que eu vi uma fada e um anjo juntos, e pra falar a verdade eu acho que eu nunca vi.
Mas agora eu vejo tudo que isso representa pra mim, pra você, vejo a harmonia, vejo o amor, e tenho a nítida sensação de que eles sempre estiveram juntos, mesmo antes do olhar da fada ter cruzado o do anjo.
O céu lá fora tá estrelado como eu te disse. O céu daqui, em dias de sol é lindo e muito azul.
Mas nada se compara nessa vida ao azul dos seus olhos, que não exprime tão somente a beleza de sua cor, mas sim a beleza de ser o que se é de verdade, sem máscaras, sem mentiras, sem nada que impeça que eu mergulhe neles e lá eu permaneça pra sempre. Porque você sabe, isso não vai mudar.
É mais forte que eu, que você. É a vontade incontrolável de se estar junto, perto, nem que seja um um momento, uma fração de segundo.
Eu te agradeço por estar aqui. Por ter se despido de tudo o que lhe afastava disso, por ter se doado, por ter me dado sua mão. Eu agradeço por você ter aparecido dessa forma tão maravilhosa na minha vida. Por ser você, só você, sem disfarces ou alegorias. Obrigada por ser tão verdadeiro.
E é por isso que você está aqui, ao meu lado. Com toda sua energia, sua luz, seu sorriso.
Estamos juntos nessa, seja pra se perder em Sorocaba, pra andar no shopping grudados, pra ficar até tarde conversando, pra desabafar, pra falar besteira, pra ler o que o outro escreve, pra se reconhecer nos olhos do outro, ou simplesmente pra saber que se está, e é o que basta.
Eu não sei o que vai acontecer daqui pra frente, mas eu sei que eu vou levar você e seus olhos comigo pro resto da minha vida, e depois dela.
Eu não sei o que é, eu quero saber, mas as vezes eu não preciso saber o que é pra sentir no âmago o que isso significa pra mim.
É estranho? Não, não é.
"Estranho seria se eu não me apaixonasse por você...."
E você sabe, isso não é paixão, é algo maior. Mas eu acredito que ainda não exista um nome ou uma palavra que comporte toda a beleza e os sentimentos lindos que a gente sente.
De qualque forma, eu só queria agradecer.
Obrigada, Minha Dádiva.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Deixa o Destino falar mais alto...

Ela não saberia dizer quanto tempo faz, ou quando foi exatamente. Sabe que, de alguma forma fora intuida a entrar naquele lugar escuro, mas cheio de idéias maravilhosas estampadas na parede e a que mais lhe chamou a atenção foi aquela que dizia sobre seus pés e o mundo. E vendo um pouco de tinta no chão, molhou as mãos, carimbou-as ali, ao lado do verso que havia gostado, como quem diz " passei por aqui."
Não esperava que ele reconhecesse suas digitais, uma vez que nem seus olhos conhecia.
Mas ele as reconheceu, e seguiu os rastros de tinta que pingaram da mão dela, no dia que deixara sua marca ali, nas paredes dele. A tinta já estava seca, mas ele seguiu e a encontrou.
E reconheceram-se.
Da onde? Não sabem. Mas sabem que já são quase familiares, e que tem total liberdade pra dizerem o que pensam, um para o outro. O importante é sinceridade.
Não bastava terem se reconhecido. Foram além, se identificaram.
Eu diria que são semelhantes, quase identicos, em alguns aspectos. Mas tem lá suas diferenças.
São como goiabada e queijo.
Ela, goiabada. Toda cheia de frescura, vermelhinha, docinha, grudenta. Ele, queijo. Belo, vistoso, saboroso, mas sem frescuras, sim?
E juntos, formam um sabor antigo mas que até hoje é muito apreciado e o carro chefe das sobremesas caseiras.
Ela é o sonho e levita a todo instante. Seus pés passam longe do chão.
Ele é a realidade e tem os pés no chão.
Mas por outro lado, diria que são complementares.
Porque ela precisa colocar os pés no chão, e ele pode ensiná-la. E ele, pode levitar de vez em quando, e tenho certeza que ela o ensinaria.
São parecidos, de fato. E há entre eles um magnetismo que eu nunca vi igual.
Como se ela tivesse pendurado no pescoço um amuleto de ferro, e ele um imã colado ao seu peito. Atrair-se-iam mesmo se não quisessem.
Encontram-se a noite, sem que ninguém veja ou perceba. Quando chega alguém, tratam logo de acordar, mas sempre se recordam, estiveram juntos.
É engraçado que o que me parece é que, amorosamente falando, ambos sempre estiveram "por cima" das situações. São meio mal acostumados. Mas e agora? (risos)
A pouco tempo um nem imaginava que o outro existia, agora, ele está constantemente nos pensamentos dela.
Aos poucos estão descobrindo suas familiaridades e diferenças, mas acredito que até que ela saiba toda a verdade quen há nos olhos dele, tem muito pra aprender um com o outro.
De alguma forma, tinham que se encontrar.
A Vida, maravilhosamente, se encarregou de encher o jardim de flores para esse encontro, agora é só deixar o Destino falar mais alto.

domingo, 26 de abril de 2009

Helena, eu e a fada azul.

E não me canso de olhar aqueles pequeninos olhinhos verdes, no auge dos seus quatro anos, me observando, sempre a procura de uma pergunta.
- Mamãe, por que você me olha tanto?
- Porque você é linda, filha.
- Mas você não cansa, não?
- Não, filha. Eu passaria a minha vida toda olhando pra você!
- O seu olho é igual ao meu, né?
- É sim, filha. Você gosta dos seus olhos?
- Gosto. - ela olha a sua volta, e arregala seus belos olhos cheios de doçura. - Mamãe, você não sabe o que eu vi hoje!
- O que você viu?
- Uma fada!
- Uma fada, filha?
- É mamãe! Na janela do meu quarto.
- Como ela era?
- Era azul e brilhante!
- Ela te falou alguma coisa?
- Falou, mas eu não entendi direito.
- Por que?
- Porque ela falou muito baixinho. Acho que é porque ela era pequenininha.
- Mas quem sabe ela não volta?
- É né, mamãe.
- Mas eu acho melhor a gente dormir, daí na hora que a gente acordar, talvez ela esteja aqui.
- É verdade, mamãe. Vamos, vamos, feche os olhos. Vamos dormir.
Alguns instantes depois.
- Mamãe.
- Oi, filha.
- Você não vai fechar os olhos não?
- Vou...
- Já sei, você tava me olhando de novo né?
- É filha...
- Mamãe, eu amo você.
- Eu também te amo muito, filha. Agora vamos fechar os olhos, dormir, e esperar a fadinha chegar...
- Tá bom.
- Boa noite, filha.
- Mas ainda é de tarde mamãe.
- Boa tarde, então, filha.
- Boa tarde, mamãe.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Lá do âmago...

Eu quero acordar com você do meu lado, e ver que a única verdade que há na vida é o amor.
Quero olhar nos seus olhos e ver que eu sou a única que habita seus pensamentos e seu coração.
Quero que você abra a porta do carro pra mim, que abra a porta da sua vida para que eu entre de vez nela.
Quero que você segure a minha mão, quando eu tiver vontade de soltar a sua.
Quero que você me ligue quando eu não tiver vontade de te ligar.
E que você me faça voltar se eu quiser ir embora.
Quero que saiba me amar, porque eu sei que eu não sou fácil de lidar.
Quero que você toque a campainha de novo, toda vez que eu bater a porta na sua cara.
Quero que você enxugue minhas lágrimas todas as vezes que eu chorar.
E que você acredite em mim quando todo mundo duvidar do que sou capaz.
Quero que você sorria pra mim toda vez que eu fechar a cara pra você.
Quero que você saiba a hora certa de por a música certa.
Quero que você lembre nossas datas, mesmo se por ventura eu vier a esquecê-las.
Quero que você me escute quando mundo de fizer de surdo.
Quero que você repare quando eu cortar o cabelo, fizer as unhas, sejam das mãos ou dos pés.
Quero que você diga que eu sou a melhor bailarina que há, mesmo sabendo que isso não é verdade.
Quero que você reconheça tudo que eu vier a fazer por você.
Que você nunca me deixa na mão.
Quero que você saiba que eu gosto de dormir com a TV ligada.
Quero que você saiba quais são as nossas músicas e o quanto elas significam pra nós.
Quero que você me esquente quando estiver frio quando eu estiver fria.
E que você diga que eu sou linda, que você me ama e que faria tudo por mim. Porque se você não sabe, fique sabendo: eu funciono muito pelo que eu escuto.
Quero que você saiba que eu sou ciumenta e não provoque nada que me cause esse sentimento tão ruim.
Quero que você seja meu ar, quando eu não puder respirar.
Quero que você seja meus olhos, quando eu não puder ver.
Quero que você seja minha luz, quando houver escuridão.
E quero que você saiba que eu vou te amar sempre, mesmo sendo chata, exigente, ciumenta, indecisa.
Quero acreditar em tudo que você, seus olhos e sua boca me dizem.
Mais eu quero acima de tudo que me ame incondicionalmente.
Porque pra mim, isso é o que mais importa.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Clara e Ulisses

- Às vezes eu não entendo você!
- Por que você diz isso?
- Porque você tem uma capacidade de perdoar, de dar a volta por cima, de superar as dificuldades com a sua meiguice. Não sei, tudo parece fácil pra você. Mesmo que eu saiba que você sofra, não sei, parece que tem algo que te dá forças e alivia sua dor.
- É... eu sei.
- Olhe agora por exemplo, depois de tudo que eu te disse, tudo que eu te fiz, você pode até se chatear, pode até chorar, mas você vai embora com a sua santa serenidade, que eu não sei da onde você tira, e amanhã você vai conseguir trabalhar bem! Eu não!
- É como você disse, tem algo que me dá forças e alivia a minha dor.
- O que é isso? Como você consegue levar a vida, a sua vida, pra ser mais específico, assim? Com esse sorriso cheio de mel e de amor, com esse coração cheio de serenidade?
- Por que você diz a minha vida?
- Por que você só sofreu, só foi traída, todos os seus namorados, todos os caras que passaram pelo seu caminho foram uns imbecis, incluindo eu. Porque as pessoas abusam da sua bondade, Clara! Como você consegue viver sabendo que você é alvo fácil pra maldade alheia, por ser tão bondosa? Você não tem medo de sair de casa? Eu não entendo como você consegue!
- Quer saber como eu consigo? Em primeiro lugar, Ulisses, eu não me faço de vítima da situação! Assim como você se faz de vítima da sua vida! Tudo vai contra você, não é mesmo? Todo mundo é ruim e só quer o seu dinheiro! Você é um pobre cordeiro no meio de uma alcateia! Em segundo lugar, eu não faço tempestade em copo d'água, as situações pra mim tem níveis de gravidade, vamos dizer! Mas pra você, tudo que acontece na sua vidinha é uma tragédia! Mas que tragédia você sobreviveu pra contar história? Hein? Agora é claro que você me vê dessa forma, você para e olha pra sua vida, onde não acontece nada, e você faz um puta dum alarde, quando você olha pra minha vida, onde acontece uma coisinha de nada, você já acha que é o dilúvio! E quando eu saio do meio das águas, que só você enxerga, você me vê como uma santa, uma resignada, uma cristã maravilhosa, uma criatura divina que passa por seus problemas como um anjo passa por uma nuvem cinzenta! Acontece Ulisses que nem tudo é como você vê, como mamãe te ensinou! As pessoas tem pontos de vista diferentes! E olhe bem e analise o que é um problema de verdade, e o que é uma pequena chateação.
Quer saber, Ulisses? Eu agradeço a criação que sua mamãe te deu, e agradeço o chifre que você colocou na minha cabeça, assim eu vejo que nós não temos, realmente, nada de semelhante um com o outro!
Passar muito bem!



E pela primeira vez, Ulisses percebeu que Clara não era tão serena assim...

terça-feira, 21 de abril de 2009

A deusa Liz e o Mel do Sol


É de seda, não se nega. Veja só que cousa mais bela.
E do mel ela surge, e nós, como abelhas, nós a queremos. Nós rondamos e zumbidos em volta de sua beleza, sua graciosidade.
Liz, ela surge assim, divinamente.
Em tempos de amargura, de bocas marrentas, ela chega trazendo suas flores, seu mel, mel do sol, que escorre da paixão, das mãos de todos nós.
Ela é generosa, ela vem pra adoçar as minhas amarguras e trazer cor aos dias cinzas que insistem em fazer definhar o que tenho de mais belo.
Vem Liz, Deusa do Mel do Sol, traz para todos nós a brandura que habita em seus olhos, a meiguice que escorre de teus lábios quando falas.
E a madrepérola em suas cores vãs, no vitral insone das manhãs, você viu passar?
E ali, havia um menino esperando, e foi a cena mais linda que já vi, a Deusa alimentando o menino com o Mel do Sol, que escorria das suas mãos.
E nós, pobres poetas, inspirados por sua beleza e sua meiguice, nós nos prostramos de joelhos no chão e choramos por um pouco de sua doçura, de seu mel.
E ela fez chover do Sol, cachoeiras e cachoeiras de mel, e agora todos nós, ainda que pobres poetas temos nossas palavras banhadas ensopadas pelo mel, mel divino de Liz, Mel do Sol, que fará delas as mais belas e mais doces palavras escritas na face de todas as terras....


quarta-feira, 15 de abril de 2009

A Mistura Gabriela

-Eu sou assim, um caldeirão, uma miscigenação. Uma mistureba de gente diferente, de culturas, sabores e temperos. Assim como todo bom brasileiro!
-Pera aí, você não é Galega não, menina?
-Calma ai doutor, deixa eu te contar da onde eu vim...
Não vim do Norte, como Gabriela do Amado, e não tenho cheiro de cravo e muito menos cor de canela.
Posso dizer que eu tenho um pézinho na oca, se é que você me entende.
Isso mesmo. Sou descendente de índio, mas não me pergunte que tribo. Não sei se é tapajó, não sei mesmo. Sei que minha tataravó paterna era índia mesmo, pele vermelha, cabelo comprido, preto e liso.
Eis que surge a explicação para meu sangue quente, e um pouco da minha geniosidade: gosto muito de paella, na verdade, tem um pouco, ou um muito de sangue espanhol fundido nesse sangue misturado, que corre nas minhas veias.
Vai ver que é por isso que gosto tanto de Flamenco e Luis Miguel. E por isso que falo alto e sou quase explosiva. Mi sangre Rojo! Literalmente.
Mas como poderia explicar os cabelos louros e os olhos verdes, o sobrenome de Vodka, como muitos dizem?
Vieram da Polônia, fugidos. Vó Helena e sua família. Minha tataravó materna. Fugidos da invasão nazista.
Vó Helena era uma mulher de fibra. Ela e os seus esconderam-se dentro de um túmulo, com um pouco de sal para enganar a fome, durante sete dias.
O pouco dinheiro com qual conseguiram fugir, Vô José teve um surto e jogou tuuuuuudo no mar!
Daí vem o Sikorski, os cabelos, os olhos, e outras cositas mas.
- Tá faltando alguma coisa nesse caldeirão, tá não?
Por que você é meio desastrada menina? E gosta tanto de um vinho do porto?
Ora pois, da onde você acha que vem o Cerqueira Cesar? De Roma? Hahahaha!
Um pé no bacalhau, no pão, no vinho. A Vó Ceição veio lá da Ilha da Madeira, ainda menina, com sete anos apenas. Divagando entre mar e céu como seria a vida no Brasil.
-Mas e o lado árabe? Como assim você não tem um pézinho no camelo?
Isso é coisa de outras vidas, doutor.
- Muito bem, menina. Se eu quiser fazer uma Gabriela então só preciso misturar num caldeirão uma índia, uma portuguesa, uma polonesa, uma espanhola, uma árabe, um pouco de pimenta, coentro, flores, sorrisos, palavras,simpatia, coragem, fé, música, romantismo, dança, amor, muito amor, literatura, história, muito sentimentos e terei uma Gabriela novinha em folha, sim?!
Sim! Mas tão faltando algumas coisinhas aí...(risos)
- Muito bem! Obrigado! Tentarei a sua receita!
Boa sorte!






terça-feira, 14 de abril de 2009

Tristeza Clandestina

Eu não estou de TPM, e não estava nos meus planos que essas lágrimas viessem à tona esses dias.
Tenho me sentido da pior maneira possível, com aquela auto-piedade infernizante, como se fosse uma pré-adolescente imbecil em sua fase emo!
A vontade é que eu tenho agora é de sentar e chorar. Mas como há sempre uma boa notícia dentro de nós, existe uma parcela dos meus átomos que insiste em gritar : REAJA!
Não programei essa tristeza para essa semana, não havia nada, aparentemente, que pudesse me deixar com esse sentimento. É uma Tristeza Clandestina.
Entrou pelo deserto e eu nem percebi. Se instalou aqui e se aproveitou de todas as pequeninas coisas que me chateiam pra fazer uma tempestade num copo d'água.
Eu me sinto sozinha. Como não me sentia a muito tempo.
Eu me sinto invasora. Como se essas paredes não vissem mais graça em mim.
Eu sinto vontade de dizer a eles: Por favor, sejam gentis comigo, ano que vem eu sentirei muita saudades de vocês! Vamos aproveitar os momentos em família!
Mas que adianta falar? Fazia tanto tempo que não me sentia incompreendida assim.
Minha mãe pede: seja mais evoluida, seja mais adulta que seu irmão, tenha paciência com ele, seja mais elevada que ele...
Mas às vezes a gente não quer ser nada, a gente quer só ser pequeno, pra voltar a caber no colo de mãe. A gente só quer um colo, só isso.
Mas é tão difícil pedir colo quando a gente cresce...
Eu só queria acordar hoje e ver que esse inferno astral passou, olhar e ver um mar de prédios, sorrir lembrando que hoje é sexta-feira e eu vou voltar pra casa ver minha mãe e minha família.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Deixe que Renato fale por mim....


Mas é claro que o sol vai voltar amanhã
Mais uma vez eu sei
Escuridão já vi pior de endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem.


Tem gente que está do mesmo lado que você
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Tem gente enganando a gente
Veja a nossa vida como está
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança!

Mas é claro que o sol vai voltar amanhã
Mais uma vez eu sei
Escuridão já vi pior de endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem.

Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena
Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!

Só um desabafo

Sabe quando duvidam de você? Sabe quando não acreditam na sua capacidade de vencer na vida, ou acham que você vai passar o resto na sua vida estagnado e acomodado com a situação.
Sabe quando não enxergam o que você faz?
É assim que me sinto, às vezes. Eu vou lhes confessar que não gosto muito de ficar reclamando, vomitando minhas lamúrias assim, como interlecutora de mim mesma. Quando quero fazer isso, crio personagens. Eles são os "agentes catalizadores" das dores.
Mas a questão é que como ser humano, um dia a gente precisa desabafar de verdade, antes que nossas células queiram fazer sucessivas mitoses e nos causar um tumor.
É assim que me sinto. Não sempre. Mas hoje, por exemplo, vi o meu irmão de onze anos maldizendo o meu futuro.
Doeu tanto que tive vontade de gritar alto e sair correndo. Mas ele é um moleque e da vida sabe tão pouco.
Eu ando por esses corredores e sinto que essas paredes não me completam. Mas quando digo que quero alçar voo, eu percebo que as pessoas só concordam comigo pra não me ferir, porque na verdade elas me subestimam da pior maneira possivel.
Isso é comum na vida das pessoas, no trabalho, na escola. Mas e quando isso acontece em nossas casas, em nossas famílias?
Eu ouço as pessoas dizerem que família é tudo. É quem sempre vai te apoiar nas horas difíceis e te dar força quando você precisar.
Tem algo errado...
Eu vejo nos olhos deles, eles não acreditam em mim. E eles mentem pra me fazer feliz.
Mas isso é o que dói mais, o que mais machuca. Se eles não acreditarem em mim, se eu não puder contar com eles, o que será de então?
Quem vai estar ao meu lado?
Eu rezo para que Deus me dê forças para sair desse lugar e mostrar pra todos eles que eu consegui, e peço para que Deus me faça companhia nesses momentos em que a solidão me assola.
Eu acho mesmo que nessas horas somos nós e Deus, e que não podemos esperar muito das pessoas. Se você quer a coisa bem feita, tem que fazê-la pessoalmente.
Não vou deixar o desânimo tomar conta de mim. Se eles não me apoiam, ou finge que sim, não importa. Eu sei que tem gente que acredita em mim, e quando chegar lá, vão sorrir pra mim e dizer " Eu sabia que você conseguiria". E mais que niguém eu acredito em mim, eu sei que um dia eles vão reconhecer que estavam me subestimando e que não deveriam ter feito isso.
Mas enquanto esse dia não chega vamos continuar com o teatro: eles fingem que acreditam em mim, e eu finjo que acredito que eles acreditam em mim.

domingo, 12 de abril de 2009

Confissões de um Corsário

Eu lhe peço espaço, e peço para que escute esse pobre corsário, que de amor entende tão pouco. Mas nas desventuras desse mar sem fim, aprendeu que não há escuridão pior do aquela que nos deixa sem a luz dos olhos da amada.
Eu mergulhei num abismo de rum, buscando esquecer esses teus olhos tão verdes quanto os campos de gramíneas. Eu busquei o teu perfume em outras mulheres, busquei o sabor do teu beijo em outros lábios. E para que ficassem tão doces quanto os seus, eu pedi a garota do porto que bebesse um litro de mel.
Mas eu estava enganado. Eu vivi enganado.
Eu nunca poderia esquecer seus olhos, ou encontrar um beijo tão doce quanto o seu.
Eu conquistei mares, cidades, navios imperiais, mas não há nada mais dificil do que conquistar o coração de uma princesa. O seu, para ser mais preciso.
É tão fácil fazer dez mulheres sentirem prazer em uma noite, mas é tão difícil fazer com que uma, apenas uma, se sinta amada por completo, durante dez dias.
É tão dificil fazê-lo, e torna-se mais árduo ainda quando se está distante.
Como poderei lhe dizer, minha princesa, que eu a amo, que vivo por ti?! Que aventura nenhuma me dá mais alegria do que te observar de longe, ainda que seja tu em tua torre, e eu em meu navio?
Como posso fazê-la acreditar nesse amor, sendo que você não pode ver a verdade que há em meus olhos? E se visse, será que você acreditaria neles?
Eu não acreditava em Deus, até perceber que não existe uma explicação para tanto amor! Só pode ser obra divina!
Eu não posso lhe dar um castelo tão luxuoso, como esse que você habita. Pra ser bem sincero, não posso nem lhe dar uma casinha de sapê. Não posso lhe dar jóias que não sejam saqueadas de algum navio real. Não posso lhe oferecer nada de muito valor.
Só posso lhe oferecer meu coração. Um pouco vagabundo, sim. Mas um coração que encontrou um motivo para jamais deixar de bater, um motivo para que tudo seja alegria. Esse coração que vive por ti, e por ti, faria de tudo, acredite!
Esse coração que tem um nome tatuado em si: o seu nome.
E se quer saber por que eu larguei essa vida de corsário, e por que estou aqui, de joelhos, embaixo da sua torre?
Por você, e você é o único motivo que me inspira a respirar, a viver.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

A praia

A imensidão desse mar me faz pensar em viver. Eu quero viver muito tempo, muito mesmo. Mas esse tempo só terá sentido se você estiver ao meu lado.
Eu vivo com força, com paixão, com o amor de quem luta contra os próprios sentimentos de dor e saudade, com o amor que tem que submeter as açoitadas da vida e mesmo assim, cicatriza suas feridas com uma força descomunal e segue adiante.
Não vou mentir pra você que muitas vezes eu achei que tivessemos morrido na praia, ou que tivessemos nos afogado no caminho.
Mas eis que surge Iemanjá, e nos resgata. É tão bonito de ver as pérolas no pescoço dela, cobrindo o colo, e o seu manto e nos trazer de volta a vida!
Eu olhos pras minhas pegadas na areia, são apenas duas pegadas, dois pés. Mas dois pés que atravessariam o mundo por amor, pela vida. A sua, principalmente.
A barra do meu vestido branco já está ensopada e as pérolas que haviam nele, Iemanjá as recolheu para si.
A essa altura, já devem estar me procurando por toda parte, gritando por todos os cantos:
" Cadê a noiva, cadê a noiva? Por que Amira fugiu?"
Mas eles sabem, eles sabem mesmo porque fugi. Você sabe, eu não poderia levar aquele casamento adiante. E não vão me encontrar, porque sou mais esperta que eles.
E eu vou andar por essa praia até que minhas lágrimas sequem, e depois que ela secarem, eu vou ao seu encontro, meu amor, porque eu sei que você espera por mim.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Metadona

" Você parou com essa porcaria?"
" Eu não sabia que você conhecia tão bem os remédios!" ( risos)
" Não tem graça seu imbecil! Fiquei preocupada quando me ligaram no jornal falando que você estava no hospital! Da próxima vez, você vai ficar aqui sozinho..."
" Amor..."
"..."
" Amor?"
" O que?"
" Desculpa? É que a dor era muito forte!"
" A sua dor é forte né? Só a sua! Você não pensou que você poderia ter morrido? E a minha dor nessa? Como ficaria? Não ia ter Metadona pra me acalmar!"
" Desculpa?"
" Desculpo, mas esteja bem ciente que não vai ter uma próxima vez!"
" Sabia que seus olhos ficam ainda mais verdes quando você fica bravinha?!"
" Sabia..."
" Olha pra mim!"
" Estou olhando!"
" Dá um sorriso?"
" Não!"
" Ah..."
" Não..."
" Isso, tá quase!"
- sorriso-
" Nunca mais toma isso tá? Me liga, eu venho com você pro hospital..."
" Eu te amo... muito."
" Eu também te amo... muito."

Notas (tão) formais

Um piano de marfim onde seus dedos dançavam. A sala toda havia parado para ouvi-lo. Inclusive ela, Leonora.
Estava a alguns dias esperando por aquele dia. Ele era belo, mas não era só beleza.
Gentil, cordial, às vezes até demais. Um poço de elegância e bondade. O rapaz ideal, ou quase.
Era noivo. E parecia gostar dela.
Por que? Bom, isso nem a família entendia.
Leonora, em seus vinte e um anos, olhos claros como campos de gramíneas. Cabelos presos a moda, boca desenhada pelo batom carmesim.
Leonora era a filha mais velha de três irmãs, e não havia se casado ainda porque não "havia encontrado um verdadeiro amor".
E aquele rapaz de tocava piano ali na sala, aquele que tinha visto pequeno, parecia trazer sinceridade no olhar.
Depois de suas últimas notas, em grande desfecho todos o aplaudiram.
Ele aproximou-se de Leonora.
Ela sorriu.
Ele estremeceu. Leonora tinha a sensação de que ele não sabia como se portar na frente dela... Mas por que?
Puxou conversa com ela, mas sempre armado, munido. Como se tivesse medo de olhar nos olhos dela, como se alguma coisa nela pudesse prendê-lo.
Esquivava o olhar. Tornava a sorrir. Mas sempre cordial.
Por que ele era tão formal com ela?
Não tinham datas de nascimento tão distantes assim.
Derrubou um copo. O rubor tocou as bochechas dele. Parecia desajeitado perto dela.
Ela continuava a palestra, tentando fazer com que o jove pianista se desarmasse um pouco. Mas foi inútil.
Leonora desconversou. Era melhor tomar uma taça de vinho e continuar procurando o grande amor.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

A Princesa da Torre II

"Quando as penas não me bastam, quando a tinta acaba, abro a janela e contemplo as estrelas.
Elas, que sempre foram o mapa celeste dos nossos ancestrais, que guiaram Mohammed, que inspiram os poetas, que fascinam os astrônomos da corte.
Elas falam comigo, assim como falam com você.
São nosso correio.
Assim como o vento.
Ele que leva até você o meu cheiro, o meu beijo, a minha saudade.
Gostaria de ter o cabelo tão longo quanto Rapunzel. Mas a única semelhança que há entre nós é a torre.
Essa torre que me mantém aqui, e aquele dragão malvado.
Mas eu sou paciente, isso aprendi com a natureza. E todos os dias que o Sol se esconde e a Lua aparece, quando cerro meus olhos, é sempre um dia a menos.
Não é fácil sobreviver dessa maneira, várias vezes pensei em me conformar com a situação e passar o resto da vida nessa torre! Mas que raio de princesa sou eu?
Ora essa!
Mesmo com a dificuldade de viver assim, com a pressão do reino para que eu me case com o noivo escolhido, eu me resigno, não discuto. O tempo dirá a eles.
Pois existe uma força maior, uma força motriz que move todos esses elos. E ainda que eu queira fazê-la ir embora, ela sempre volta, e volta com maior intensidade!
Não posso fazer nada, posto que estou de mãos atadas diante da altura dessa torre.
Mas como eu disse, eu aprendi com a natureza a ser paciente.
Vou tocando minha vida daqui mesmo, por enquanto...
Até o dia em que a torre abrir suas portas mágicas pra mim, e o dragão tornar-se meu aliado, então eu voarei até o Continente, e o destino se encarregará do resto."

domingo, 5 de abril de 2009

Tudo aquilo que me faltava

Éramos dois. Eu e o amor.
E antes mesmo de você chegar éramos nós dois apenas.
Eu e o amor fazíamos tudo juntos. Íamos ao cinema, as livrarias, tomavamos café, sorvetes, sorvetes de café.
Nós alugávamos filmes românticos, compravamos pipoca e coca-cola.
Fazíamos o que nos dava na telha.
Volta e meia íamos fazer pic-nic no Parque do Ibirapuera, ficavamos olhando os pais ensinando seus filhos a andar. E os pequeninos dando seus primeiros passos vacilantes. Tinham aqueles pais que ensinavam seus filhos a andar de bicicleta, e aqueles filhos ensinando seus pais a amar e a viver.
Eu e o amor fazíamos coisas muito divertidas, mas sempre faltava algo.
Várias vezes eu me sentia distante do amor, e ele me perguntava:
" O que está havendo com você? Por que você está distante?"
Eu não sabia o que responder. Mas eu sabia que faltava algo.
Eu e o amor, por nós mesmos, não era algo que eu chamaria de completo.
Várias vezes eu quis ter um porta-retrato com a foto de uma mulher que eu amasse na minha sala, mas as que eu encontrei por aí não mereciam aquele porta-retrato.
Foi então que você chegou. Você chegou e preencheu todos os porta-retratos que eu poderia ter na minha sala. Você preencheu todo o vazio que havia em mim.
Você completou a minha vida, e minha e a do amor também.
Agora somos nós três.
Eu, você e o amor.
E agora, eu sei... Era você que estava faltando pra tudo ficar tão lindo, mágico e colorido!
Eu e o amor vivemos em constante alegria, só de saber que você existe!
Agora, a pipoca do cinema tem mais sabor, o café é mais encorpado, e até assistir Sessão da Tarde com você é divertido!
Quando vamos ao Parque do Ibirapuera eu olho aquelas crianças e penso, quando seremos nós quatro?
Mas vamos vivendo nós três...
E quando Deus quiser seremos, nós quatro, nós cinco, nós seis!
Ah...
Porque agora que você está aqui, tudo faz sentido...
E agora eu sei que era mesmo tudo aquilo que me faltava...

sexta-feira, 3 de abril de 2009

De volta a estaca zero

Olhava ao seu redor e percebia que nada havia mudado.
Pra falar bem a verdade, sempre fora meio acomodado com a vida. por dois anos conseguiu lutar um pouco pelo que queria, mas sabe como é, uma vez acomodado...
Ele, que havia largado tudo para ir em busca do que dizia ser sua vocação.
Largou a menina que o amava, que morreria por ele naquela época. Largou família, esqueceu-se dos amigos...Tudo...
Se ele soubesse que a vida o faria voltar no seu ponto de partida, será que ele teria feito a mesma coisa?
Pra falar bem a verdade, eu acho que sim.
Porque ele nunca soube amar. Nunca soube dar valor a pessoa ou cousa alguma. Nem mãe, nem pai, irmãos, namoradas, nada!
Nada importava pra ele.
Eu sei do que estou falando.
Posso contar numa mão as vezes que ele chorou de verdade. Ou às vezes que demonstrou um sentimento bonito. Tão diferente de sua mãe.
É tão estranho pensar como alguém pode ter uma pedra no lugar do coração.
Ele pode até se apaixonar, mas acho que nunca vai amar alguém. Ele só sabe ver as pessoas como matéria, e uma pessoa assim não tem capacidade de mergulhar e sentir um amor espiritual.
Tenho pena dele.
Sempre tive, e em alguma lugar, em algum tempo, eu achava que minha missão seria salvá-lo.
Mas eu não sou, e se eu tiver que salvar alguém não vai ser aquele protótipo de ser humano, que parece mais um robô, sem alma nem coração.
Hoje, voltou para o seu ponto de partida, e eu vejo que se ele realmente fosse um guerreiro, iria em busca de seus sonhos, custe o que custasse! Porque quando a gente quer muito uma coisa, a gente consegue! Principalmente quando se trata do nosso futuro!
Espero mesmo que Deus se apiede dessa pobre criatura... Eu, cá como uma boa cristã vou rezar pra que ele encontre o caminho.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Um fio de esperança

O Sol ia alto. Já era meio dia. Um dia especialmente quente, e o grande astro castigava mais uma vez as pessoas miseráveis que viviam naquelas redondezas.
Rachaduras pelo chão. Um imenso deserto. Não havia verde ali, a não ser os olhos dela.
E a única água que ele viria até chegar a fazenda, eram as lágrimas que escorriam dos olhos dela.
A cena se repetia. Mais uma Raul iria tentar a sorte. Outro latinfúndio, outro coronel.
E Maria Dolores, ou Lola, como ele chamava carinhosamente a dona de seu coração, ficaria ali, parada na porta, ao lado de seus quatro filhos e o quinto, de seis meses, que estava na barriga ainda. Lucas, Maria Lúcia, Helena e Raulzinho. O quinto, se fosse menina, chamaria-se Rosa. E se fosse menino, Leonardo. Os pequeninos eram magrelos, só ossos. Alfabetizados graças a escolinha que frequentavam ali no sertão. Andavam dois quilometros, de barriga vazia até chegar na escolinha.
O dinheiro mal dava para se alimentarem, e Raul havia sido despedido do último emprego. Mas como era um bom vaqueiro e muito honesto, havia sido recomendado para um outro coronel.
Se a proposta fosse boa, e o coronel gostasse dos seus serviços, mudaria com a família para vila, nas proximidades da fazenda. Mas para quem vê os filhos e a mulher grávida passando fome, não para para pensar em propostas, o que vier, está de bom tamanho.
O coronel havia pedido dois meses de experiência, e Raul torcia para que Rosa ou Leonardo esperasse até o seu regresso.
Só de pensar em ficar longe dos filhos e de sua amada Lola, seu coração esfarelava-se.
Abraçou-a com todo amor que sentia.
" Só vou deixar você sozinha nesse estado, porque quando nosso bebê nascer quero dar a ele um bercinho."
Os olhos de Lola eram só lágrimas.
" Darei um jeito de mandar comida pra vocês, eu prometo. Nem que eu tenha que tirar do meu prato e caminhar até aqui todos os dias!"
Lola não respondia, conhecia o homem maravilhoso que tinha ao seu lado, o pai dedicado que era. E não adiantava pedir que não, pois se fosse preciso, ele o faria. Quantas vezes Raul não havia ido dormir sem comer nada, só para que ela pudesse comer.
Em toda sua dor pensava na vida miserável que levava, o que havia feito para aquele castigo tão cruel... Nenhuma mãe merecia mandar um filho dormir, para passar a fome. Mesmo em toda essa angústia, Lola rezava e pedia para que Deus lhe desse força. E Ele dava.
Raul abraçou os filhos, despediu-se deles com os olhos cheios de lágrimas. Aproximou-se de Lucas, o mais velho de nove anos.
" Cuide da sua mãe e de seus irmãos! Na minha ausência, você é o homem da casa! Você sabe onde guardo a espingarda e as munições, sabe como usá-la. Só se precisar muito... Use-a!"
Raul apertou o menino nos braços. Era tão novo, uma criança apenas. E já sabia atirar. Se um dia o pai faltasse, realmente, ele seria o homem da casa.
Lola enxugou as lágrimas, pegou nas mãos calejadas e sofridas de Raul e sorriu:
" Vá com Deus, meu amor. Rezaremos por você! Vai dar tudo certo, você vai ver! Minha Nossa Senhora da Rosa Mística vai proteger você! Não se preocupe, ficaremos bem. Jesus vela por nós!"
Raul beijou Lola ternamente. Abraçou-a e beijou sua barriga.
" Eu amo vocês."
Deu as costas sem olhar para trás, senão não conseguiria partir.
Lola e as crianças choravam, mas em seus olhos havia um brilho de esperança.
As quatro da tarde o ônibus que mudaria a vida daquela família passaria no ponto que Raul estaria esperando.
Acontece que ainda era uma hora da tarde.