terça-feira, 25 de novembro de 2008

Moleques


Maturidade.
Era só o que faltava. Maturidade.
Existe uma linha muito tênue entre homens e moleques e isso é um grande impecilho pra nós mulheres, afinal, quem vai querer namorar com um cara que te larga por um skate, uma balada, ou por meia dúzia de garotas?
Moleques sempre acham que estão por cima da situação, que são os "fodões", que tem todas as mulheres aos seus pés, que podem tudo, quando na verdade não sabem nem o que é viver.
Posso dizer por experiência própria ou mesmo pelo que tenho ouvido todos os dias e a cada dia mais, moleques não chegam a lugar nenhum e nós já estamos cansadas deles!
Não podemos negar que tem uma certa idade que o rapaz tem todo o direito de ser moleque. Você não pode exigir de um garoto de quinze anos que ele te trate como um cara mais velho te trataria, pois ele ainda é um garoto e da vida sabe tão pouco. Ele tem todo o direito de curtir, zuar, fazer suas molecagens por aí, afinal ainda é um moleque.
Mas chega uma etapa da vida que já está na hora de largar mão desse sentimento de molecagem e partir pra vida adulta.
Chega uma hora que ser moleque não é mais aceitável, que nenhuma mulher aguenta uma criança ao seu lado, afinal eles vão continuar achando que são meninos de pele fina e podem fazer o que faziam antes, e pra piorar, querem ter os mesmos privilégios de um homem!
Ora! Cresça então meu filho!
Existem ainda aqueles que se dizem homens, mas bem lá no fundo são moleques de tudo! Não aprenderam com as bofetadas da vida, acham que terão dezessete anos pra sempre!
Nessa eles perdem uma, duas, três namoradas, muitas vezes perdem seus amigos... De moleques passam pra moleques chatos!
Tudo bem que ainda existem aqueles garotos novinhos com uma mente muito boa e ampla, abertos aos ensinamentos da vida, com plena consciência de que é melhor se acostumar com as responsabilidades desde já, porque um dia ele terá de crescer!
A cada dia que passa eu vejo mulheres, garotas indo em busca de caras mais velhos, com uma mente mais bem elaborada e que não vai te trocar por um jogo de futebol ou sair escondido na balada, se achando o Grande Enganador!
Na verdade, tipos como esses serão os Cornos de amanhã! É a lei da vida " Galinhas de hoje, Cornos de amanhã!". Hahahaha.
Moleques não sabem valorizar uma mulher, não a tratam com o devido respeito, acham que podem com todas e todas os amam! Moleques são insensíveis a ligações, mensagens, recados e romantismo.
Moleques numeram as garotas, como se fossem um rebanho marcado! Fazem apostas sem nexo, contam de sua intimidade pra todos, principalmente pra tirar vantagem da menina com os amigos!
E não estou falando só dos moleques de quinze a dezoito anos não! Existem muitos homens com mentalidade infantil, homens de 20, 30 e até 40 anos!
Acham que a vida será um eterno final de semana, no meio da balada, com uma porção de mulheres lindas a seu dispor e muita bebida!
Mas e aí, no dia seguinte que ele começa a perceber que as minas da balada não ligam pra ele, e ele está sozinho!
Daí o imbecil entra em crise e fica sozinho, pois mulher que se valoriza de verdade não leva um moleque adiante! Uma porque não quer, outra, porque não dá! Haja paciência!
E o pior dessa história toda que a cada dia que passa eu vejo mais e mais moleques por ai. Alguns de 14, outros de 16, outros de 25, outros 50! Pois é...
A vida passa, todo mundo evolui, menos os moleques!
Então meus queridos se vocês não querem passar o resto da vida de vocês numa crise existencial sem ninguém pra dividir a vida ai vai um conselho:
CRESÇAM E APAREÇAM!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Fantasmas

Quem tem medo de fantasma?
Aqueles brancos, que insistem em nos perseguir, arrastando suas correntes e não nos deixando dormir!
Pode até dar medo, mas existem pessoas que chamam esses fantasmas para si, e não leve ao pé da letra quando digo fantasma, na verdade estou falando do pior tipo de fantasma que existe: os fantasmas do passado!
Pessoas que se acorrentam a velhas imagens, a lembranças em preto e branco e fazem delas o seu maior tormento.
Pessoas que vivem de um leite que já azedou, que alimentam-se de um pão que já está duro, e que ao ser mordido faz sangrar as gengivas.
Pessoas que sentam toda vez, no mesmo lugar, para assistir o mesmo filme-tragédia, que sabem que vão chorar no final, mas insistem em assisti-lo.
Pessoas que não se abrem pras novas oportunidades da vida, ficam presas por livre e espontanea vontade, mas culpando seus fantasmas.
E os fantasmas os rondam, os fazem lembrar de coisas que eles não consequem e não querem esquecer,
Masoquistas.
Chicoteam-se, ferem-se, sangram e imploram " me deixem em paz!", quando na verdade quem tem a chave pra libertar-se das correntes são eles mesmos.
Lembram-se de tudo, e tudo os faz lembrar. Fotografias recortadas, cartas lidas e relidas, um papel de bombom que já tem mais de cinco anos.
Sentem as bofetadas e as dores que os fantasmas lhes causaram até o presente momento.
Traumatizam-se a cada dia mais, é como uma doença que eles dizem saber não explicar, e não ter cura, quando na verdade só eles tem o remédio!
Passam pessoas e pessoas diante de seus olhos, algumas até dizem, " liberte-se de seus fantasmas!" mas quando os fantasmas já dobraram a esquina eles gritam e clamam por suas correntes!
E os fantasmas voltam...
E voltam...
É um ciclo vicioso e não existe ninguém que possa ajudar uma pessoa assim se ela não quiser ser ajudada, somente ela mesma.
Ela poderá se ajudar se perceber que aqueles fantasmas a cegam e impedem a entrada de novas pessoas, novas histórias em sua vida, e que isso lhe é mais tóxico do que qualquer droga, pois elas perdem o amor próprio, perdem a confiança em si mesmas e nos outros, vêem muitas pessoas passarem por suas vidas, mas se vêem presas aos fantasmas; não se dão novas chances de serem felizes. Perdem o brilho da vida, atadas por nós muito fortes que somente elas podem desamarrar...
É preciso libertar-se dos fantasmas, antes que se torne um vulto cinza e esquecido assim como as próprias lembranças que os assombram.

domingo, 23 de novembro de 2008

Sarah

Dirigindo sem rumo. A estrada parece não ter fim.
Nos meus olhos, um vazio.
Dizem que os olhos são o espelho da alma. Minha alma está vazia então.
Nunca pensei que pudesse amar uma pessoa com tanta força que não saberia depois, se precisasse, como "desamá-la".
Sempre fui um cara que teve todas as mulheres a sua volta, mas nenhuma delas, eu digo, nenhuma delas é tão linda e especial como a Sarah. Não existe.
Sarah é uma mulher diferente de todas as outras, ela é mística, ela é...
Desde que cruzei seu olhar pela primeira vez sabia que estava caindo num abismo, numa deliciosa queda da qual eu não queria sentir o chão.
Sarah tinha uma ternura angelical que eu nunca havia visto em minha vida. Estudante de medicina, dedicada a cuidar de seu próximo, atenciosa, tão delicada e frágil quanto uma rosa, mas tão resistente e firme quanto uma guerreira.
Sarah era a garota dos meus sonhos, a mulher dos meus filhos, era tudo o que eu tinha pedido a Deus.
Decidi então largar aquela vida fácil que eu levava, com mulheres que não me amavam pra devotar tudo que eu tinha de bom a Sarah.
Muitas vezes me sentia diminuído, pois os pensamentos dela eram vezes e vezes mais elevados que os meus... Mas ela me consolava, dizia pra eu aprender com ela.
Eu amava Sarah, amava como nunca havia amado ninguém, como nunca imaginei que teria forças pra amar alguém assim.
Mas eu sentia que não conseguia demonstrar isso como um todo, pois eu tinha amigos que viviam dizendo, " depois que você casou com a Sarah, você esqueceu as coisas boas da vida, mano!".
E eu parava pra pensar. Comecei a agir diferente com Sarah quando os meus ditos amigos estavam por perto, e eu via nos olhos dela brilhos de decepção.
Eu ia deixá-la em seu apartamento e perguntava.
" Não vai me chamar pra subir."
" Hoje não Hique!"
" Por que isso?"
" Você não é mais o mesmo, você me trata como qualquer uma na frente dos seus amigos, isso me chateia muito Hique. Se você acha que eu vou tolerar seus machismos porque você está perto deles e quer dar uma de bom, me desculpe, mas não é bem assim. Pense bem no que você está fazendo com a gente!"
Foram inúmeras conversas como essas, e eu tentei melhorar, mas na verdade, achava que estava tudo bem...
Uma noite, eu liguei pra Sarah dizendo que íamos sair com meus amigos.
" Não vou."
" Vai sim."
Ela desligou.
Fui até seu apartamento. Bati na porta e ela abriu com os olhos marejados.
" Que foi, Sarah?"
" Não dá mais Hique. Eu cansei!"
" Por que?" eu comecei a tremer e a suar frio.
" Porque você é um idiota Hique! Enquanto você fica me tratando mal na frente dos seus amigos, um deles me liga depois pra falar mal de você e me consolar Hique! Você é um idiota mesmo!"
Foi um choque.
Sarah me contou que um dos meus ditos amigos ligou pra Sarah, dizendo que eu não era homem pra ela, que eu a tratava muito mal, sendo que ele que tinha me incentivado a tratá-la daquela maneira.
" Mulher a gente trata no cabresto, mano!"
" Sarah, me perdoa, por favor!"
" Perdoar eu perdoo, Hique, mas não dá mais! Sabe, eu cansei disso. Na minha frente você é uma coisa, na frente deles, é outra e me trata como uma qualquer! Sabe Hique, chega, cansei! Você não tem opinião, você se deixa levar pelas conversas furadas desses manés que se dizem seus amigos, pois é Hique, você tá muito mal de amigos!"
" Não Sarah, não faz isso comigo!"
" Quem fez algo a alguém foi você Hique! Quantas vezes eu não te avise, agora já deu sabe! Eu vou chorar, eu vou sofrer, mas quem fez a merda foi você! Agora sai do meu apartamento, estou esperando minhas amigas!" ela dizia com lágrimas nos olhos.
" Você me decepcionou Hique, me decepcionou muito!"
Eu sai chorando, com vergonha de pronunciar uma palavra sequer. Tinha perdido a mulher da minha vida. A única que eu amara de verdade, mas que amara com toda as forças que jamais havia imaginado que teria pra amar alguém assim.
Já faz um ano, e eu sinto a dor que me causei. Sarah está namorando e está feliz, foi o que me disseram suas amigas.
E eu aqui, perdido nessa estrada, nem sei onde vai dar, bem que ela poderia me trazer de volta Sarah....

Soledad

Na minha janela vidro molhado do lado de fora. Um domingo gélido e sem nenhuma importância.
Ninguém para dividir um segredo.
Sola. Estoy sola. Escutando Andalucia.
Estava calor e de repente o sol sumiu. E a menina que pintava suas bochechas com rouge para ter uma expressão de boneca fez-se quieta.
Andalucia andalucia.
Não pretendo ferir, nem chatear coração algum com a minha tristeza dominical, mas depois de sofrer pressão psicológica e descobrir que não sei nada de física, eu só queria fazer aquilo que me conforta depois de te olhar nos olhos.... escrever....
Meus dedos perdidos não sabem o que escrever, mas sentem uma sede, uma necessidade de dançarem pelo teclado em busca de qualquer palavra que satisfaça meu silêncio.
Soledad.
Hoje sou Soledad no real sentido de suas letras. Soy Soledad. Morrendo de saudades, em busca de você por entre as ruas vazias de uma cidade que você não habita e nem meu coração.
Não é dispendioso, e nem me faz sofrer, mas eu tinha esquecido o que era tristeza de domingo.
Hoje bateu. Tudo bem, vai passar.
Amanhã vai ser segunda. É só fechar os olhos.
O cinza do céu não ajuda. Nem os hormônios.
Eles estão alterados. Eu sofro as consequências da vontade deles.
Por favor, só não me façam chorar.
Minhas mãos estão sozinhas demais para isso.
Hoje não há ninguém para dividir um segredo.
Mas hoje vai acabar, e amanhã será segunda.
Bingo!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Índia Pop! Shanti shanti...rs

( Novo filme das Cheetah Girls)
( Caminhos da Índia

Vivemos num mundo rodeado de Modismos. Ora, quem não se lembra da febre que foi O Clone??? E de quantas camelôs não ficaram ricos vendendo pulseirinha da Jade, lenço para dança do ventre, e por falar em dança do ventre quantas grandes dançarinas não surgiram graças a essa época?
Pois bem, nem sempre os modismos são tão maléficos, a não ser pelo fato de a Rede Globo ter deturpado boa parte da religião e cultura islâmica, os modismos em tese costumam ser absurdamente lucrativos.
Agora, a onda do momento é a Febre Indiana! Como assim?
Pois é, não bastava a Disney com as novas aventuras das Cheetos, opa, quer dizer, Cheetah Girls na Índia, agora vem a nova novela da Rede Globo, " Caminhos da Índia", pra trazer muitas novidades para o seu guarda roupa!!!! ( Ahhhh que péssimo!)
Para aquelas patricinhas sem opinião que assistem a novela das oito pra ver qual vai ser o figurino de amanhã, preparam-se pra abandonar o salto e cair de cabeça nas rasteirinhas, saias longas, vestidões, vestinhos, panos leves, batas e se possivel até um sari ( vai ser muito engraçado).
Camisetas de Shiva, Ganesh, Govinda, Parvati, Vishnu, Ananda, entre muitas outras divindades e simbolos como o Om, e mantras vão estar em alta! Já tem gente colocando foto dos deuses no orkut pra se atualizar antes mesmo da novela ir ao ar!
Mandalas e jóias em geral, tapetes, nossa, o comércio vai ser uma beleza! Sem falar na quantidade de gente viajando pra Índia só pra encontrar a Juliana Paes e dizer " Que linda você no Taj Mahal!"
Na verdade, isso não me anima muito...
Pois as pessoas que realmente apreciam a cultura indiana, que gostam de suas roupas, suas danças, seus deuses e mitos vão ser apenas mais um no meio da multidão de robôs coloridos e imbecis seguidores de modinha.
E depois que a novela acabar, nós seremos vistos de bata e apontados como " fora de moda"!
As pessoas vão decorar suas casas com quadros de Shakti e Kali sem saber ao menos o que elas representam, e vão usar camisetas e entoar mantras que nem imaginam o que sejam.
Professores de yoga, professores de danças indianas como o kathak vão ficar multimilionários dependendo da repercusão da novela, que, na minha opinião será " O Clone 2 em relação a modismo.
Vai ter gente de terceiro olho pra lá e pra cá! Bijuterias indianas como o picur vão estar em alta! Sem falar nas peruas que só vão faltar andar cheias de henna nos pés e nas mãos.
Juro que se eu ver uma vou rir muito e vou dizer: " Vai casar colega?"
Mas não podemos fazer nada, no máximo assistir a novela pra ver o que vai dar e torcer pra que o povo aprenda um pouco da belíssima filosofia indiana!
Mas tenho um consolo....
As roupas vão sair mais baratas, porque teremos uma porrada de camelôs vendendo batas, saias e vestidos a preço de banana!!!! Hahahahaha!
É rir pra não chorar!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Luzia


"Não há mais nada.
É só eco da minha voz procurando com quem conversar.
Luzia, onde está Luzia?
Luz que me incendiava e reluzia seu amor, ah Luzia...
Reluz, andaluz, cigana de mil feitiços que eu julgava inúteis contra meu ceticismo.
Oh Luzia, venha ler a minha mão, vem me dar o teu perdão,
Eu já não tenho coração, nem alma, nem pão.
Sem você Luzia, tenho passado meus dias de cão.
Luzia, Luzia, vem ler a minha sorte
E afasta a dor de morte que me causa tua ausência.
Luzia, eu sei que errei
E que por nada fraquejei, e não te fiz minha mulher.
Eu lhe achava oportunista, mas na verdade você só era artista
Do circo do amor.
Ai Luzia, essa dor tá no meu peito,
não vai embora, não tem jeito.
Me perdoa, minha cigana.
Eu esqueço sua vida mundana
E que você já esteve na cama com alguém que não era eu.
Luzia, faz de conta que você é pura
E que nunca esteve na rua,
dançando para lua.
Luzia, Luzia, Luzia....
Volta reluzir na minha vida...."


E Luzia, lendo o poema do atrevido respondeu.

" Não volto, não adianta chorar. Fui reluzir em outro lugar! Colha agora o que deu de suas sementes de erva daninha! Eu sou mais eu, eu sou Luzia!
Ah, melhore a caligrafia!"

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

De volta...

O porto estava cheio. Era dia de descarregar as mercadorias vindas do Oriente. Homens grosseiros e malcheirosos assoviavam e voltavam seus olhares para ela. Ela não se importava.
De longe observava o navio de carga, o das cinco e meia como havia lhe dito Orfeu.
A medida que o navio de aproximava suas mãos tornavam-se cada vez mais gélidas e trêmulas, seus olhos verdes tão claros pareciam uma imensa planície de gramíneas alaga por uma torrente chuva. Aquele navio era sua última esperança.
As cachos de cabelos louro-acinzentado desvaziam-se no vento forte, e ela sentia que não aguentaria mais um dia de vida se não tivesse noticias dele.
Foram cinco longos anos, os mais longos possiveis. Incansáveis, deprimentes.
Seu coração ia descompassado. O navio ancorou. Ela quis se aproximar, mas permaneceu imovel. Seu olhar angustiado o procurava, " Por favor Meu Deus, não faça isso comigo!", ela pensava em meio toda aquela agonia que parecia infindável.
Então, ela vê saindo do barco, um homem alto, sujo, muito magro, carregando uma trouxa, cabisbaixo, com um andar muito lento e manco.
Foi quando ele ergueu seu olhar e sorriu. Aquele sorriso! Ah, aquele sorriso era inconfundível, aquele olhar expressivo...
Ela quase não se aguentava de felicidade. Ele parou de andar, respirou fundo, mal podia acreditar no que seus olhos viam.
" Ilena!!!" disse abrindo os braços.
Ela correu em direção ao abraço dele.
" Meu amado, meu amor, Gabriel você está vivo! Santo Deus, obrigada Meu Pai!!!"
Lágrimas de felicidade rolavam pela face de ambos. Abraçaram-se com tanta força que pareciam que nunca mais iriam sair daquele abraço.
Ela olhou ternamente em seus olhos.
" Meu Amor, quase não o reconheci, Oh Deus, o que fizeram com você! Você está tão magro, está ferido, sua perna, o que..."
" Ilena, meu amor, estou vivo! Estou aqui! Nada importa! Estou aqui com você! Nem posso acreditar, tinha perdido minhas esperanças naquele lugar horrendo, mas cada vez que me lembrava de seus olhos, de seu rosto, eu sentia um sopro de vida em meu peito! Ah Ilena, tanto eu chorei pensando que nunca mais iriamos nos ver! Mas Deus é bondoso, olhe! Estamos aqui! Eu te amo Ilena, e nunca mais vamos nos separar, nada vai nos separar meu amor, nem a guerra nem nada!"
Ilena não conseguia pronunciar nenhuma palavra, era só felicidade e amor.
Respirando fundo, limpando as lágrimas ela sorriu.
" Vladmir jurou que iria te ajudar, como ele conseguiu?"
" Meu Amor, foi muito dificil, fui colocado dentro de uma enorme caixa cheia de batatas, aliás, devo estar fedendo! Mas no meio da viagem os marujos me ajudaram, foram muito bons comigo! Graças a eles não morri de febre!"
Ilena tinha os olhos angustiados de pensar em tudo que Gabriel havia passado naquele campo de batalha. Ela quis chorar mas ele abraçou-a.
" Vamos Meu Amor, Minha Linda, não fique assim, passou. Agora vamos pra aldeia, onde é nosso lugar!"
" Não há mais trem agora meu amor, eu consegui um quarto pra nós numa pensão, mas tive que dizer que somos casados!" Ela sorriu.
" E em breve seremos oficialmente! Ilena, eu não sei viver sem você!"
" Nem eu sem você, Minha Vida! Agora vamos, você precisa descansar e tomar um banho!" ela riu.
" Uma banho, era a segunda coisa que eu mis desejava depois de você!"
Eles riram.
Finalmente a felicidade voltara a reinar nos corações de Ilena e Gabriel. Depois de muita tormenta, guerra, medo, saudades, ausência, Deus os unira mais uma vez, e dessa vez era pra sempre!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

19/07/62 - Elis

Elis, há quanto tempo você não escreve nesse diário?!
Nem acredito, estou aqui de novo, com a minha letra gorda e redonda, o meu cigarro importado, bebendo qualquer coisa que não tenha alcool para simplesmente escrever...
Estive lendo minhas crônicas e devo confessar, ri, chorei, me emocionei e cheguei a conclusão que até teria futuro no ramo literário, sim, por que não? Já me imagino recebendo mil e um prêmios na Academia Brasi.... ah vamos com calma isso é apenas um diária que tia Zoraide trouxe-me da França, e eu diria o segundo presente mais útil, e o primeiro... não me lembro... mas deve ter tido outro mais legal...
Será?
Nossa, tenho mil idéias na cabeça nem sei por onde começar, sei que quando a gente fica muito tempo sme escrever fica assim, meio zonza, cheia de coisas na cabeça, mil imagens e letras, querendo por tudo numa linha só e na verdade, não poe nada.
Mamãe me disse, Elis, porque você não faz Moda e vai morar com Tia Zilda em Paris, é a sua cara!
Ora, ela me disse isso porque ela acha que todas as pessoas em Paris são fumantes, assim como eu!
Na verdade, tive uma idéia, assim, eu, talvez, ou melhor, eu vou escrever uma lista de metas nesse diário e a primeira será largar o cigarro....
Vamos lá

Lista de Metas de Elis ( quanta cafonice)
- Largar o cigarro
- escrever mais
- aprender a cozinhar como tia Margarida
- casar tarde ( isso não será dificil para meu humor insuportavelmente chato)
- voltar a tocar piano
- ir para França
-
-
-
-

o resto eu completo depois...
- completar a lista de metas....
Acho que já está bom por hoje... Só o fato de ter tirado uma pequenina parte de zilhões de palavras e idéias que rondavam minha cabeça é o suficiente....
Bom " querido diário", ah essa foi demais, bom, que seja, até mais...
Um beijo da Elis