Eu lhe peço espaço, e peço para que escute esse pobre corsário, que de amor entende tão pouco. Mas nas desventuras desse mar sem fim, aprendeu que não há escuridão pior do aquela que nos deixa sem a luz dos olhos da amada.
Eu mergulhei num abismo de rum, buscando esquecer esses teus olhos tão verdes quanto os campos de gramíneas. Eu busquei o teu perfume em outras mulheres, busquei o sabor do teu beijo em outros lábios. E para que ficassem tão doces quanto os seus, eu pedi a garota do porto que bebesse um litro de mel.
Mas eu estava enganado. Eu vivi enganado.
Eu nunca poderia esquecer seus olhos, ou encontrar um beijo tão doce quanto o seu.
Eu conquistei mares, cidades, navios imperiais, mas não há nada mais dificil do que conquistar o coração de uma princesa. O seu, para ser mais preciso.
É tão fácil fazer dez mulheres sentirem prazer em uma noite, mas é tão difícil fazer com que uma, apenas uma, se sinta amada por completo, durante dez dias.
É tão dificil fazê-lo, e torna-se mais árduo ainda quando se está distante.
Como poderei lhe dizer, minha princesa, que eu a amo, que vivo por ti?! Que aventura nenhuma me dá mais alegria do que te observar de longe, ainda que seja tu em tua torre, e eu em meu navio?
Como posso fazê-la acreditar nesse amor, sendo que você não pode ver a verdade que há em meus olhos? E se visse, será que você acreditaria neles?
Eu não acreditava em Deus, até perceber que não existe uma explicação para tanto amor! Só pode ser obra divina!
Eu não posso lhe dar um castelo tão luxuoso, como esse que você habita. Pra ser bem sincero, não posso nem lhe dar uma casinha de sapê. Não posso lhe dar jóias que não sejam saqueadas de algum navio real. Não posso lhe oferecer nada de muito valor.
Só posso lhe oferecer meu coração. Um pouco vagabundo, sim. Mas um coração que encontrou um motivo para jamais deixar de bater, um motivo para que tudo seja alegria. Esse coração que vive por ti, e por ti, faria de tudo, acredite!
Esse coração que tem um nome tatuado em si: o seu nome.
E se quer saber por que eu larguei essa vida de corsário, e por que estou aqui, de joelhos, embaixo da sua torre?
Por você, e você é o único motivo que me inspira a respirar, a viver.
domingo, 12 de abril de 2009
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