quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Plantando sorrisos


"Fortes são aqueles que fazem luz o que é escuridão."








Transformando sentimentos. Remoldando. Desconstruindo pré-conceitos. Construindo conceitos.
Convertendo o veneno em bálsamo.
O amargo em doce.
Não conseguiria viver com a boca marrenta e a cara marruda daquele jeito pra sempre. Não suportava mais me embebedar da minha própria cicuta, que eu mesma manipulei e ainda tinha a ousadia e o descaramento de dizer que havia sido entregue a mim por outras mãos.
Os nossos sentimentos são nossos. Não importa quais sejam. Pertencem a nós e a mais ninguém.
Não dianta culpar outrem por eles existirem. Eles simplesmente existem, e estão dentro de nós.
Lembro-me de um conto chinês, em que o mestre pergunta ao discipulo.
" Se um homem lhe dá um presente e você o recusa, de quem é o presente."
E o discipulo respondeu.
" Continua sendo do homem."
"Exatamente- tornou o mestre- assim é com os sentimentos. Se alguém lhe devota um sentimento de raiva, e você não aceita essa raiva, esse sentimento ruim continua sendo do seu emissor."
E seguindo o conselho de ouro que o amor maternal me havia dado, eu decidi arrancar de vez do meu peito toda aquela mistura de enxofre, podridão e amargura que eu mesma havia plantado dentro de mim.
Então fiz uma poção com flores de cerejeira, rosas, girassóis, cheiro de grama recém cortada, muitas e muitas flores, sorrisos, beijos, abraços, saudades, mãos, luzes coloridas, arco-íris, confissões, pôr-do-sol, praia, estrelas do mar, nuvens, amizade, cumplicidade, magia, fadas, doces, chocolates, morangos, perfumes exóticos, felicidade e esperança.
Bebi. E em cada gole sentia todo o lodo indo embora, sendo transformado em terra fértil.
Dentro de pouco tempo havia ali uma flor. A mais bonita que poderia ser. Uma flor que um dia será uma árvore.
Eu farei de tudo para que essa pequenina flor possa crescer, para que ela possa ser uma árvore frondosa. Que ela dê flores belíssimas e frutos dulcíssimos. Da minha parte, eu farei de tudo para que assim seja. É o que deseja o meu coração.

2 comentários:

Juliana Lohmann disse...

É quando o mundo se abre pra nós. É quando buscamos no horizonte a nossa própria imensidão. Não é quando gargalhamos, é quando só esboçamos um meio sorriso sincero, aquele que reflete no olho, no tato, no milésimo de segundo da respiração. É quando labirintos passam a ser brincadeiras, e você já está pronta para passar de nível no jogo. É quando o amargo vai embora, e você começa a sentir o gosto final e doce do amadurecimento...

Guilherme Jarreta disse...

No mundo de linguagem poética, quem sou eu pra querer discutir alguma coisa?
Vocês que são doidas que se entendam!
Ao rumo sem forma que represento, só apresento minha admiração pela sua causa.. apesar de não gostar da forma :)
Amo você!
Sempre