terça-feira, 16 de dezembro de 2008

AME-SE

Acabou de me dar um cinco minutos e decidi escrever. E quando isso acontece, preciso ser rápida.
Bom, vamos falar de um assunto muito comum, pesadelo de muitos, principalmente de nós, meninas-mulheres, adolescentes, nessa fase tão complicada, nessa transição tão perturbadora...
O assunto de hoje é:

ACABOU! E AGORA?

Bom, terminar um relacionamento é sempre algo muito doloroso. Eu diria que sempre é a mesma merda.
Um sofrimento só, principalmente se o negócio já durava um certo tempo, os pombinhos já haviam apresentado os seus respectivos para suas mamães, já conheciam a família...
É uma puta coisa chata!
Porque estão todos acostumados a te ver com fulaninho (a). Você levava ele(a) nos almoços de família, daí, na ressaca do término tem um aniversário que você não pode faltar de jeito nenhum, então chega aquela tia legal, e mesmo percebendo a sua maquiagem tentando disfarçar os seus olhos tristonhos, ela pergunta na maior cara de pau:
" Cadê seu namorado???"
E depois que você manda a velha tomar no narigão dela, você sai de sobrinha mal educada.
Tudo bem, acontece, não é?
A questão é que para nós, meninas-mulheres, um término é um drama!
Parece que nunca mais vamos amar novamente, e que ele é insubstituível!!! E onde você passa, você vê um boné como o dele, e ouve as músicas de emo que vocês costumavam ouvir, aquelas bem melosas... e daí? Você chooooooora!
Fica fuçando o orkut dele e morrendo de raiva das baranguinhas que ficam deixando scraps perguntando o que ele vai fazer no final de semana!
É, quando a gente termina parece que perde o chão. Nada tem graça...
Daí depois daquela ressaca vem a fase de " Vamos ser amigos pelo menos". Péssima idéia, se vocês querem saber!
Porque de duas, uma. Ou ele vai tentar ficar com você, mas só ficar... Daí você se sente usada, traída! Ou ele vai te tratar mal ( no caso dos ditos "moleques" eu digo).
Daí você fica revoltada, xinga, briga, chora.
Você tentou ser legal, tentou deixar pelo menos uma foto de vocês dois no orkut, pra dizer que ele foi especial. E ele? nem aí!
Pois é...
A gente sofre, sofre mesmo. Acha que está tudo perdido.
Mas se querem saber de uma coisa? Moleque é que nem ônibus: perdeu um, logo passa outro!
Mas eu disse moleque...
Porque homem, homem de verdade....
Ah, daí é outra coisa né amigas...
Deixa que a gente fala deles num próximo post!
Mas se querem algumas dicas pra esquecer de vez o " falecido", aí vai:
1) Delete, isso mesmo, delete todas as músicas que fazem você lembrar dele. Porque mulher é meio masoquistas e as vezes vai se "testar", pra ver se já esqueceu, daí já era!
2) Delete as fotos do computador. As reveladas, guarde num lugar aonde você sabe que não vai mexer.
3) Fique sem falar com ele por um tempo. Um bom tempo eu diria. Nada de tentar ser amigo, isso não existe!
4) Nada de tentar arrumar outro amor logo de cara, isso só vai piorar.
5) Amigas. Esse é o melhor remédio. Saia bastante, se divirta! Seja na balada, em casa, vendo filme, qualquer lugar.
6) Leia. Ocupe sua mente. Já diz a minha mãe " Cabeça vazia, oficina do diabo"
7) Dance.
E acima de tudo : AME-SE!
Porque quem não ama a si mesmo, não consegue amar alguém por completo.
Amor próprio. O primeiro e último.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Se for beber, não dirija!

A claridade desse quarto ofusca um pouco a minha visão. Pra quem estava em sono profundo, ser ver a luz do dia a seis meses, qualquer lanterna incomodaria.
Seis meses.
Seis meses de dor, de agonia, de tristeza. Seis meses de luta, de cansaço. Seis meses sem dormir, sem comer direito. Seis meses sem viver direito.
Foi o que eu fiz com a minha família e com Ágata, minha noiva.
Eu e minha irresponsabilidade.
Para mim, que estive em coma é dificil pensar que passei seis meses dormindo. Não parece que fiquei aqui tanto tempo. A lembrança mais recente que eu tenho são as cenas do acidente e de como isso mudou minha vida.
A gente não reconhece o valor que a vida tem até estar prestes de perdê-la, e mesmo assim, parece não significar muita coisa. Mas quando a gente vê a pessoa que a gente mais ama a beira da morte, a gente percebe que a vida é muito frágil e que um namorado babaca pode arruinar a vida de uma família toda.
É assim que me considero, um namorado babaca.
Eu e Ágata estavamos noivos a dois anos. Casamento marcado e tudo. Numa quarta feira do mês de agosto fomos convidados pra um aniversário de um amigo, numa cidade vizinha.
Lá fomos nós. Nos divertimos muito, mas eu bebi além da conta. Ágata me dizia, " Lucas, vamos devagar, deixa eu guio!". E eu discuti com ela, dizendo que estava bem o suficiente para dirigir.
Foi tudo muito rápido, só vi um caminhão, e uma luz. Tudo se apagou.
Acordei com barulho de sirenes e gritaria. Olhei do meu lado, Ágata estava presa nas ferragens, chorando, tremendo de frio, toda molhada pela chuva que caía naquela noite tão fria e horrenda.
Foi a pior cena que eu vi na minha vida. Ela tentou sorrir " Lucas, você está bem?"
Eu tentei levantar pra ajudá-la, mas foi inútil. Parecia que eu não tinha mais noção nenhuma do meu corpo, que eu nunca mais iria mover um dedo sequer.
Logo os bombeiros apareceram, tiraram Ágata com cuidado e agilidade. Foi quando um deles disse uma frase que me fez morrer por dentro.
" Vamos depressa, ela está perdendo muito sangue, acho que não vai aguentar até o hospital!"
Minha visão embaçou, eu sentia muita dor de cabeça. Desmaiei.
Acordei novamente no hospital. Minha mãe estava ao meu lado, rezando.
" Filho, você vai ser operado!" ela disse, tentando sorrir para me tranquilizar.
" Por que?"
" Você está com muito sangue coagulado na cabeça, eles precisam tirar."
" Onde está a Ágata?"
" Vamos rezar para que ela fique bem..."
Logo fui levado pra sala de cirurgia. Foi a última vez até hoje que estive de olhos abertos.
Durante a cirgurgia entrei em coma, acordei hoje, e já estamos em fevereiro.
Quando abri meus olhos, Ágata estava ao meu lado, rezando.
Ela chorava convulsivamente e agradecia a Deus! Eu não compreendia, achava que Ágata havia morrido no acidente, estava desolado.
Foram três dias de conversa com o psicologo pra assimilar tudo o que havia acontecido desde o acidente. Ágata foi submetida a uma transfusão de sangue, e duas cirurgias na perna direita. Felizmente não tinha nenhuma sequela do acidente.
O médico disse que eu voltaria a andar em um ano, e que tinha que agradecer a Deus por não ter ficado com sequelas mais graves.
Eu sei. E agradeço. Mas me culpo e me culparei até o fim dos meus dias, pois fiz minha família passar o Natal e o Ano Novo no hospital comigo. Fiz Ágata sofrer seis meses. Ela emagreceu quase dez quilos. E o pior, é que ela poderia ter morrido. Isso é o que mais me dói. Eu cheguei a pensar que nunca mais veria Ágata, que eu passaria o resto dos meus dias numa cadeira de rodas me culpando por ter acabado com a vida da única mulher que me amou a vida toda.
Nessa eu percebi que a vida é muito frágil pra que a gente abuse dela como bem entender. A vida é um cristal muito fino e delicado, e se a gente vacilar ele se quebra. Hoje eu olho bem dentro dos olhos azuis de Ágata e sinto uma imensa vontade de chorar. Chorar de alegria, de tê-la aqui comigo, de saber que assim que eu voltar a andar a gente vai se casar, vai constituir uma família linda e sólida.
Eu aprendi, hoje eu sei como a vida é maravilhosa e agradeço a Deus por ter me dado essa segunda chance!
Porque se não fosse Ele, hoje eu nem estaria aqui.
Espero que vocês aprendam com a minha história e aí vai uma frase clichê, mas um clichê que pode salvar vidas : SE BEBER, NÃO DIRIJA!

Entre o céu e o mar....


Clareava o dia na praia. Os primeiros raios de sol dançavam no horizonte em tom alaranjado, cor de rosa, azul clarinho, lilás, desenhando no céu lindas bailarinas da manhã, que com o surgir do grande astro por inteiro, iriam deixar o palco. O corpo de baile dos pássaros da manhã voava com graciosidade, causando inveja aos homens que tinham os pés presos no chão, e o corpo amarrado por uma estranha força chamada gravidade.
Pes descalços, ela caminhava ao som do mar, observando toda a beleza da manhã do litoral.
O cheiro de mar invadia sua mente a trazia lindas lembranças de uma infância dourada, regada com amor e areia.
Passeava pela orla, e as ondas beijavam delicadamente seus pés, trazendo uma sensação boa, de paz.
Ela caminhava e de repente parava. Parava só pra olhar aquela linha tênue que separava o céu do mar. Desde criança gostava de observar aquela linha. Parecia que o mar de o céu se encontravam ali, e tudo era mágico naquele lugar. Criaturas do ar e da água convivendo em plena harmonia. Anjos e sereias, ninfas e fadas... Corais e cometas. Estrela do céu e do mar....
Observava aquela linha e imaginava se algum marinheiro já havia ousado desvendar os seus mistérios, se alguém já havia navegado até lá pra descobrir como era.
Queria saber nadar, ou voar, só pra chegar até lá...
Lá tudo era belo, não havia fome, nem dor, nem miséria. Não havia lepra, nem tuberculose.
Respirou fundo. O ar lhe faltava. Tossiu. A toalhinha mais uma vez suja de sangue. Sentiu-se enfraquecer, já não aguentava mais aquele martírio.
Decidiu ir até a linha.
Entrou no mar onde a água batia pela metade das canelas. Não conseguiu ir mais longe do que isso, seu corpo não aguentava.
Então num ato de misericórdia, abriu os braços para o mar, suas lágrimas pediram repousou...
Um vento forte levou sua alma para sua verdadeira morada. O corpo, que por muito tempo servira de morada para sua alma já não servia. Estava fraco e doente demais para segurar aquele espírito tão bom, jovem , cheio de luz e vida.
Ela partiu. Voou rente ao mar, sentindo a maior sensação de paz que jamais imaginara existir.
Ela voou, voou, voou...
Voou até a linha. Sim, aquela linha que muitos dizem ser o limite para os sonhos, quando na verdade é lá que eles começam... Entre ó céu e o mar....