segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Maçã e Mel


Ela tinha os olhos fixos nos próprios olhos. Um belíssimo espelho mostrava-lhe algo de mais belo: uma alma que havia sobrevivido aos piores dias de sua vida.
Faziam cinco que Yonah e Avrom estavam livres do pesadelo do holocausto.
Yonah em seus vinte e dois anos já havia passado por muita coisa.
Da familia de Yonah, restara apenas ela, assim como de Avrom. Tinham um ao outro e isso foi o que os fortaleceu o tempo todo.
Hoje, Yonah trabalhava em uma editora de livros, e Avrom era rabino. Tinham tido três filhos. A menina Raizel, de quatro anos, Caleb, de três e Miriam, a mais nova de um ano e meio.
Seus olhos verdes e expressivos haviam visto muitas coisas horríveis no campo de concentração, imagens das quais ela se esforçava dia após dia para esquecer.
Avrom lhe dava forças. Ele e seus filhos eram tudo o que ela mais amava.
" Chega de pensar nisso. Passou"
E apressada desceu as escadas da bela casa que haviam comprado com muito suor e trabalho.
Na cozinha, a velha Afra preparava um delicioso doce de maça com mel. Yonah aproximou-se.
- Hum, adoro esse seu doce Fa! Há tanto tempo não comia um assim, como o que minha mãe fazia! Obrigada por tudo Fá!
- Oh minha menina, obrigada a você por me dar a honra de viver junto dess familia linda!
Yonah sorriu, foi ver como estava a decoração. Tudo impecavel para a festa!
Avrom chegou trazendo as crianças que gritavam.
- Ima, ima, olhe o que Abba nos deu!!!
Ela sorriu vendo os brinquedos...
- São lindos crianças! Agora, vamos, Fa preparou um lanche para vocês...
A pequena Miriam ainda cambaleava um pouco para andar, mas teimava em fazer tudo sozinha.
- Venha, Fá leva você, Miriam...
- Nãnãnã...
- Deixe Fá, ela vai sozinha...
Avrom e Yonah sorriram e se abraçaram.
- Como foi o passeio?
- Foi ótimo, mas faltou você, amor!
- Ah, você não perde seu romantismo, mesmo depois de tantos anos...
- Que eu posso fazer, você me deixa assim, desperta o maior amor que há em mim!
- Avrom, eu amo você, meu bem! Sabe, hoje estive pensando em tudo que passamos pra chegar aqui, e se não fosse por você, sua coragem... Você sempre cuidou de mim, todas as vezes em que eu adoeci naquele lugar horrível, e...
- Acalme-se, minha linda... Passou, tudo bem? Já foi! E eu cuidaria de você quantas vezes fosse preciso, porque eu te amo e você é tudo pra mim! Estivemos um ao lado do outro sempre, e vamos estar assim eternamente! Você é minha companheira, minha mulher, minha amante, minha amiga, a mãe dos meus filhos... E olhe para tudo que construímos... Não teriamos chegado a lugar nenhum se não estivessemos juntos!
Ela tinha lagrimas emocionadas em seus olhos. Sabia o qunto amava Avrom e o quanto lutaram para poder ter a paz e o amor que tinham.
- Hoje é dia de festa, minha princesa! Feliz Rosh Hashaná pra nós! Que o Criador nos abençoe a todos nós!
- Que assim seja, meu amor!


quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Tango De La Rosa


Num belissimo e requintado restaurante em Buenos Aires, Angélica e Miguel aguardavam para que o maitre os atendesse.
" Vocês tem reserva?"
" Sim, está aí meu senhor, Angélica Baville."
" Ah, senhorita Baville, mil perdões quase não a reconheci! Seu pai é um grande admirador de nosso restaurante, sempre que vem a Buenos Aires ele vem nos visitar!"
" Ah sim, por favor a melhor mesa! Queremos assistir o show de perto!"disse áspera e prepotente.
Miguel muitas vezes perguntava-se o que estava fazendo com aquela mulher que não raramente abusava de seu sobrenome e sua condição para sair por cima de todas as situações.
"Está tudo bem, Miguel?"
" Sim, querida."
Miguel levara Angélica para assistir o mais badalado show de tango de Buenos Aires. Falava-se muito de uma nova dançarina, cujo nome era Lola Hernandez. Juntamente com o show Miguel desejava pedir a mão de Angélica em casamento, embora não a amasse, o pai dela já estava fazendo muita pressão para que isso ocorresse, então, antes que ele se metesse, Miguel decidiu fazer tudo a sua maneira.
Angélica era uma mulher belíssima, herdeira de um patrimônio enorme e de um orgulho maior ainda. Sabia de sua beleza e seu dinheiro, e sentia-se acima de todas as hierarquias. Era louca de ciumes e amava Miguel, não deixaria que nada arruinasse seu amor doentio por ele.
Logo, violinos e luzes começaram a embriagar a platéia. Num feixe de luz ela surge, com uma tradicional e belissima rosa vermelha presa aos cabelos. Olhar baixo e tênue, sentindo cada nota musical em seu ser.
Ela sobe o olhar que vai de encontro a Miguel. Era como se aquele show já tivesse sido planejado por uma força maior. Ela fica parada por um segundo, e então dança apaixonantemente com o bailarino que a acompanha.
Miguel estava embriagado por Lola, e ela por ele. Todos os movimentos que ela fazia, pensava como se estivesse dançando com ele. Sem que Angélica percebesse ele fazia o mesmo.
E logo que o show de Lola terminou numa belíssima pose. Ele virou-se para Angélica e disse.
" Lhe trouxe aqui para comunicar-lhe sobre minha viagem para Londres. Ficarei algum tempo por lá, não sei quanto exatamente, não acho que seria conveniente mantermos um noivado a distância."
Angélica levantou-se furiosa, jogou uma taça de champagne na cara de Miguel.
" Você me paga!" e foi embora fuzilando ódio.
Ele esperou até que o último cliente fosse embora, e logo avistou numa mesa, sozinha, a belíssima Lola Hernandez, jantando sozinha.
" Desculpe miha petulância, mas poderia sentar-me com a senhorita?"
Ela sorriu.
" Claro."
" Desculpe-me mais uma vez, mas a senhorita deve ter recusado milhares de convites para estar jantado aqui sozinha."
" Nenhum deles valia realmente a pena." Bebeu um gole de champagne e sorriu. " O senhor tem olhos que eu conheço."
" Eu diria o mesmo. Me acompanharia por um passeio pela belissima cidade de Buenos Aires?"
" A essa hora?"
" Sim..."
Ela sorriu novamente.
" Sinto que já nos conhecemos, mas não saberia dizer se é daqui..."
" O que importa? O importante é que nós estamos aqui... Aqui e agora... Tem algo em você que me diz que tudo vale a pena..."
Ele segurou uma das mãos dela. Ela não disse nada. Ele entendeu. Apenas sorriram. Palavras não seriam necessárias. Eles se entendiam...
O começo ou a continuação de uma belíssima história de amor...




Faz algum tempo, não saberia dizer quanto, mas que não me sento com os meus velhos pergaminhos, penas e tintas, com minha velha máquina de escrever, com minha caneta tão cara para dizer-lhes dos contos que enfeitavam a minha mente.
Parei de escrevê-los e a questão é: Por quê?
Há um ano quase exatamente eu me sentava em minha escrivaninha, a luz do luar, ou observando uma bela tarde em Paris para descrever as intermináveis peripécias de minhas valentes heroínas românticas, seus belos amados e as temíveis e enciumadas vilãs que fariam de tudo para tentar arruinar o belo amor.
Ora, onde estão eles?
Não vou dizer-lhes que sumiram, que deletei-os, pois estaria mentindo. Mas nesses últimos dias sozinha com a minha imaginação eles me fizeram falta, e farei o possível para trazê-los de volta aos meus dias....
Acredito que o fato de eles estarem presentes todos os meus dias do ano de 2007 foi uma questão de desabafo. E sou lhes imensamente grata pois se não tivesse feito aqueles contos e histórias para camuflar ou demonstrar meus sentimentos talvez, a essa altura eu estivesse completamente louca e muda.
Foi um ano tenso onde muito acontecia e eu nada podia falar, mas os meus personagens, esses sim, falavam muito bonito por mim!
Agredeço a mim mesma e ao meu amor pela História pela permissão de ter transportado os meus contos as mais remotas épocas, sejam elas na Idade Média, Idade Moderna, História Antiga...
Um dos motivos de voltar a escrever meus contos é que preciso treinar minhas habilidades comunicativas, afinal se quiser ser uma boa jornalista devo começar a partir de agora!
Comprometo-me aqui em trazer de voltas meus emocionantes contos ( pelo menos para mim), mas dessa vez não por questão de desabafo, mas pelo simples e puro prazer de escrever...
Deixemos o "slogan" do outro blog de lado. Não será mais uma " Doce Terapia", mas sim, " Um Doce Prazer de Escrever..."

domingo, 21 de setembro de 2008

Simply Red - For Your Babies...♥

You've got that look again
The one I hoped I had when I was a lad
Your face is just beaming
Your smile got me boasting, my pulse roller-coastering
Anyway the four winds that blow
They're gonna send me sailing home to you
Or I'll fly with the force of a rainbow
The dream of gold will be waiting in your eyes
You know I'd do most anything you want
Hey I,
I try to give you everything you need
I can see that it gets to you
I don't believe in many things
But in you I do
Her faith is amazing
The pain that she goes through contained in the hope for you
Your whole world has changed
The years spent before seem more cloudy than blue
In many ways your baby's controlling
When you haven't laid down for days
For the poor no time to be thinking
They're too busy finding ways
You know I'd do most anything you want
Hey I,
I try to give you everything you need
I'll see that it gets to you
I don't believe in many things
But in you I do
You know I'd do most anything you want
Everyday I, I try to give you everything you need
We'll always be there for you
I don't believe in many things
But in you I do
[essamúsicaépravocê]