quinta-feira, 23 de julho de 2009

Da mais bela flor...

Da mais bela flor, do mais doce mel ela surgiu, inebriando meus olhos com a claridade de sua aura, tão clara como a chama de uma vela que teima em não se apagar, tão casta como uma perola recém saída da concha.
Poderia eu, tendo sido corrompido pelo mundo e suas facilidades me aproximar daquela doce criatura? Mesmo sendo jovem como ela, eu já conhecia os prazeres e os vícios da vida, mas poderia eu, ousar corromper pela minha própria vontade aquela candura, aquele anjo diante de meus olhos?
Sabia que ela não era qualquer garota romana e que pertencíamos a mesma família, mas o meu desejo mais profundo era tê-la ao meu lado, frágil e amorosa.
Que as mulheres que deixei no caminho me perdoassem, que os vinhos da taberna me entendessem, mas agora eu não precisava de mais nada.
Tudo que um dia eu sonhei, tudo que um dia eu pedi a Polux e Castor, estava diante de meus olhos, personificado numa menina, uma moça que trazia leveza de uma Fênix em seus passos, e a firmeza de uma Diana em seu olhar. Tão casta como a Lua e tão sedutora como a própria Vênus.
Meus olhos não me enganam. Ela é real.
Agora se aproxima de mim. E seus longos cabelos louros, caídos pelos ombros como cachoeiras douradas, decorado com perolas e flores, seus olhos verdes e doces olham-me de uma maneira impagável, com adoração e respeito, amor e ternura. O colo tão branquinho como uma pluma, e tão atraente como um cálice de vinho fresco. Ah, eu nunca vi nada tão harmonioso em minha vida. Eu já estive com as mais belas mulheres do Império, já me deitei nas camas mais luxuosas e mais perigosas que poderia, mas tudo sempre me pareceu tão vago e sem sentido.
Agora, eu a vejo sorrir pra mim.
Ah, eu a quero! Eu a quero muito! E posso ver nos olhos dela ela também me quer!

Nenhum comentário: