segunda-feira, 6 de abril de 2009

A Princesa da Torre II

"Quando as penas não me bastam, quando a tinta acaba, abro a janela e contemplo as estrelas.
Elas, que sempre foram o mapa celeste dos nossos ancestrais, que guiaram Mohammed, que inspiram os poetas, que fascinam os astrônomos da corte.
Elas falam comigo, assim como falam com você.
São nosso correio.
Assim como o vento.
Ele que leva até você o meu cheiro, o meu beijo, a minha saudade.
Gostaria de ter o cabelo tão longo quanto Rapunzel. Mas a única semelhança que há entre nós é a torre.
Essa torre que me mantém aqui, e aquele dragão malvado.
Mas eu sou paciente, isso aprendi com a natureza. E todos os dias que o Sol se esconde e a Lua aparece, quando cerro meus olhos, é sempre um dia a menos.
Não é fácil sobreviver dessa maneira, várias vezes pensei em me conformar com a situação e passar o resto da vida nessa torre! Mas que raio de princesa sou eu?
Ora essa!
Mesmo com a dificuldade de viver assim, com a pressão do reino para que eu me case com o noivo escolhido, eu me resigno, não discuto. O tempo dirá a eles.
Pois existe uma força maior, uma força motriz que move todos esses elos. E ainda que eu queira fazê-la ir embora, ela sempre volta, e volta com maior intensidade!
Não posso fazer nada, posto que estou de mãos atadas diante da altura dessa torre.
Mas como eu disse, eu aprendi com a natureza a ser paciente.
Vou tocando minha vida daqui mesmo, por enquanto...
Até o dia em que a torre abrir suas portas mágicas pra mim, e o dragão tornar-se meu aliado, então eu voarei até o Continente, e o destino se encarregará do resto."

Um comentário:

Sunahara disse...

Tem algumas princesas que se trancam numa torre de marfim e fogem de seus cavaleiros de armadura.

Tomara que esta arrume algum pra fazê-la descer, pois contos-de-fada demandam finais felizes.

É clichê, mas é bom. Todo mundo gosta de sonhar com o amor.

=)

Beijos