Um sentimento de piedade invadiu meu ser assim que acordei. Nem os relâmpagos e trovões daquela chuva horrível me feriram mais que esse sentimento.
Pior que piedade é auto-piedade. Não deveria ter acordado por dois motivos. O primeiro é que sonhei com você, um dos sonhos mais lindos e tristes. E o segundo é que detesto essa tal de auto-piedade. Não sou nenhuma coitada, nem mocinha, nem bandida.
Sei que você não quer saber, e pra falar a verdade você nem deve ler o que eu escrevo. Mas quer saber? Dane-se você! Porque tem muita gente que lê o que eu escrevo e gosta, e que me elogia por cada texto meu, é uma pena que eles falem de você. Mas chega já! Eu cansei de depender da sua provação pra ser feliz!
Mas mesmo assim vou contar o meu sonho...
Eu lembro que estava na praça, minha mãe ia viajar e eu estava sozinha. Tinha alguém comigo, uma amiga, não me lembro quem. Lembro que nós estávamos indo pra minha casa, e paramos num bar. De lá saíram seus amigos, dizendo aquele apelido engraçado que eles dão pra moças bonitas, e eu perguntei se você estava lá.
E você estava. Eu quis ir embora mas eu fiquei, e você estava bêbado, pra não varir muito né? E estava fumando. Então você veio cheio de graça pro meu lado, e eu mandei você embora.
Mas logo você me abraçou e me beijou.
Fomos andando pela cidade, as ruas estavam interditadas, deveria ser alguma festa. Então você me abraçou, olhou nos meus olhos e disse.
" É... agora vou me dedicar somente a uma mulher." Eu não tinha entendido sua frase e você olhou e sorriu aquele sorriso que só você tem.
" O que você acha da minha idéia?"
" Se for o que eu estou pensando..."
" Então a gente voltou...!"
E me beijou. Nossa, eu estava explodindo de felicidade. A festa da cidade estava linda, tão linda quanto o céu. E na frente do Literário, não por mera coincidência estavamos abraçados.
Foi então que eu te disse a frase que acabaria com toda minha alegria.
" Parece que estou sonhando."
Pronto! Era o que bastava. Estava tão feliz, mas tão feliz, e tudo parecia tão real que eu não havia me ligado que estava sonhando, e que quando acordasse não teria mais você envolvido nos meus braços, sorrindo pra mim.
Bateu um desespero e eu te disse.
" Não acredito, estou sonhando!"
" Não está, é a mais pura realidade!"
Então, percebendo que a qualquer momento eu poderia acordar, olhei pra você e disse.
" Eu te amo."
" Eu também te amo Alice!"
Tive certeza. Era um sonho. E no meu desespero decidi aproveitar cada segundo que me restava. Abracei você como nunca, beijei você como se nunca mais fosse te ver na minha vida. Olhava pra você como se a qualquer momento fosse acordar sozinha. Acariciava seus cabelos, encostava minha cabeça no teu peito pedindo pra por favor, Meu Deus, espere só um pouquinho.
" O que você tem? Está nervosa."
" Não é nada, meu amor..."
Não lembro quanto tempo mais me restou. Sei que acordei com o peito cheio de dor, saudade e piedade.
Me sentindo uma completa idiota, lembrando do meu desespero ao pensar em acordar. Deu um nó na minha garganta, eu quis chorar. Mas fechei os olhos e dormi só pra ver se sonhava com você de novo...
sexta-feira, 13 de março de 2009
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