Estive observando atentamente os humanos, e minha última missão fez com que eu triplicasse minhas lentes de contatos para eles. Sim, porque se vocês acham que nós, anjos, ficamos o dia todo na boa, nas nuvens, olhando o céu e voando com as estrelas, muito vocês se enganam.
Nós somos estudiosos, nós também trabalhamos. Sim, trabalhamos com amor e devoção para a melhoria da Terra e das Camadas Espirituais, tanto as elevadas, como as nem tanto elevadas.
Pois bem, eu estava na biblioteca local até que um superior me pediu para que eu fizesse uma pesquisa sobre Onde Germinam as Sementes de Deus.
Fiquei muito feliz por essa nova oportunidade e foi com empenho que desci a Terra para iniciar minhas pesquisas.
Fui a um grande centro de aglomeração humana, a Cidade de São Paulo, e lá de cima de um semafóro, onde só as crianças puras e pequeninas podiam me observar. Fiquei lá, observando e foi com grande tristeza que eu vi a ausência de esperança e carinho no olhar de um garoto, que com suas roupinhas rasgadas e sujas, fazia malabarismo com bolas de tênis.
Olhei no seu íntimo, e vi a tristeza e a amargura de só ter um par de chinelos e uma pequena família carente, irmãos passando fome e um mundo fechado para ele.
Esse foi o primeiro de dez que eu vi em um dia.
Saindo dali, me puis a vagar pelas ruas, onde muitas pessoas apressadas tropeçavam em outras que não tinham a menor pressa, e estavam caídas nas ruas, esquecidas de sua identidade e do tempo presente.
Na frente de um prédio, pessoas jogavam garrafas e latas num carro, pedindo justiça pela menininha que fora jogada do sexto andar, e não teve nem como se defender das agressões cometidas.
Vaguei por grandes empresas onde imaginei achar lá a tal semente, pois onde há dinheiro deveria haver prosperidade. Mas só o que vi foram pessoas que poderiam até ter o pão "material", mas o pão espiritual lhes faltava tanto quanto a comida no prato de uma mãe, que abriu mão de sua fome para dar de comer aos cinco filhos.
Vi jovens se drogando, mulheres se vendendo e tão triste, me puis de joelhos e pedi
" Oh Meu Pai, o que esses homens fizeram de tuas sementes?"
Foi então que eu vi passar, um casal sorrindo, fazendo planos para o futuro, e mesmo diante de todas as dificuldades demonstravam imenso amor e alegria.
Animado, fui atrás deles e quando dobrei a esquina pude ver duas crianças rindo, e mesmo meltrapilhas cheias de esperanças de uma vida nova.
Observei dentro de uma igreja mulheres que se reuniam para fazer casaquinhos de lã para as crianças do orfanato próximo, e um homem de negócios que tirava duas horas de seu sábado para ensinar religião as crianças carentes.
Fui me animando e percebi que apesar de toda a amargura que há na Terra as Sementes do Pai Germinam com alegria!
Seja nos corações de um casal apaixonado, seja no olhar de um estudando que batalha para ser alguém melhor, nas mãos de uma mãe que acorda as quatro da manhã para varrer as ruas só para dar aos filhos um prato de comida, no abraço de um irmão que perdoa um pai, de uma mãe que recebe uma filha depois de tanto tempo.
As sementes germinam em projetos educacionais, em escolas, em bons políticos, cidadãos de bem, no olhar de uma criança.
Ainda há muito mais para se fazer germinar, e eu se fosse você faria de tudo para fazer germinar uma belíssima árvore no jardim da vida!
domingo, 4 de maio de 2008
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