quarta-feira, 21 de maio de 2008

O que a gente escreve...

É tão bonito ler o que a gente escreve depois de um certo tempo. É como congelar o tempo em cada vírgula, cada linha, cada verso. É como ver aquela foto do aniversário de cinco anos e sentir-se extasiada de tantas saudades. Dá uma alegria boa, mostra coisas boas.
A gente lembra como se sentia naquele dia, e o que queria que os outros sentissem ao ler. E de repente, a gente sente o que queria que eles sentissem. Mas são brincalhonas essas palavras.
A gente lembra do gosto de cada palavra, seja ela azeda, seja ela doce. Lembra de como os dedos eram suaves no teclado, ou de como eram agressivos e mortíferos.
Como é bonito ler o que a gente escreve. A gente gosta mesmo de escrever, a gente que é poeta, frustrado na vida porque não sabe usar as palavras pra falar de como é sublime o amor. E mesmo se soubesse, nunca seria o bastante.
A gente que é poeta, é pateta, sente dor num acento agudo, veja só! Numa vírgula fica ansiosa. Num ponto de interrogação: ai, que dúvida!
Dois pontos é como: então.
Ponto de exclamação já se exalta de alegria, ou...
E as reticências...
Ah.....
...

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